Biodiversidade
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Por Dauro Veras — De Florianópolis


O uso de inteligência artificial combinado a outras tecnologias pode contribuir para a preservação das espécies. Contudo, a agenda da biodiversidade ainda é pouco valorizada no mundo corporativo. É o que alerta o estudo “Preserving the Fabric of Life” (Preservando o tecido da vida), divulgado em setembro pela Capgemini. Os pesquisadores ouviram 1.800 executivos de organizações com faturamento superior a US$ 1 bilhão em 12 países. Segundo os entrevistados, só 24% das empresas têm estratégia para biodiversidade e 16% avaliaram o impacto do tema na cadeia de suprimentos.

Anualmente, US$ 1,9 trilhão são gastos com subsídios de iniciativas que colaboram com a perda de biodiversidade, como extração de combustíveis fósseis e pesca predatória. O estudo estima que somente 6% deste valor são investidos na conservação da biodiversidade. “É como se estivéssemos investindo 94% na colheita e 6% no plantio, acabando com as próximas safras”, compara o líder de nuvem e sustentabilidade da Capgemini Brasil, Emanuel Queiroz. “Ainda há uma visão equivocada de que alguns setores não dependem da biodiversidade, mas sem bioma não há vida ou produtos”, diz.

Na sua avaliação, a tecnologia de dados com uso de inteligência artificial deve facilitar a análise de cenários para a tomada de decisões mais ágeis que reduzam o impacto à biosfera. Isso pode trazer vantagens competitivas e criar novos modelos de negócio. Segundo o estudo, as empresas que investem no tema podem aumentar as vendas em até 25%, dobrar o engajamento dos clientes e reduzir em até 40% o custo operacional. “O Brasil pode se tornar o maior banco de dados da biodiversidade, fornecendo insumos para iniciativas de recuperação do bioma, além de pesquisas para indústria farmacêutica e de alimentos”, afirma.

Uma iniciativa inovadora de uso de tecnologias para a biodiversidade é feita pela PlanetaryX. A fintech de Piracicaba (SP) criou Ativos de Conservação de Biomas (BCAs na sigla em inglês), títulos negociáveis que são rastreáveis e à prova de “greenwashing”, prática de maquiagem verde sobre responsabilidade ambiental. A empresa está desenvolvendo uma plataforma digital para estabelecer preço e qualidade de certificados de conservação ambiental usando recursos como IA, blockchain, redes neurais e internet das coisas (IoT).

“O objetivo é ser capaz de descobrir de forma precisa, rápida e automática o valor real de determinada área de um bioma mantido intacto”, resume Pablo Lobo, sócio e fundador da Sthorm, empresa de tecnologia dedicada à resolução colaborativa de problemas globais. “É importante ter ativos que representem de verdade o esforço da humanidade contra o aquecimento global”. Ele menciona uma avaliação do jornal britânico “The Guardian” com a ONG Corporate Accountability sobre os 50 maiores projetos globais de compensação de carbono: 39 deles (78%) são classificados como “lixo”, por causa de falhas que comprometem os cortes de emissões prometidos.

Entre os empreendedores da nova empresa estão Scott Bagby, um dos primeiros funcionários da Skype, e Bob Richards, pesquisador aeroespacial que já foi assistente especial de Carl Sagan na Cornell University e será responsável pelo treinamento das redes neurais. Matt Sorum, ex-baterista do Guns N’ Roses, participa como embaixador da iniciativa. A PlanetaryX já arrecadou US$ 2 milhões em uma rodada inicial de financiamento e tem sob gestão 17 milhões de hectares de floresta, a maior parte na Amazônia.

Nos próximos 36 meses, a meta é mapear a biodiversidade em uma área de 1 milhão de ha para que os proprietários das terras possam receber o pagamento por serviços ecossistêmicos. Em cinco anos, a meta é reduzir para 10% o custo médio de inventariar e mapear biomas, hoje em US$ 330 por hectare.

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