Amazônia
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Por Lúcia Helena de Camargo — Para o Valor, de São Paulo


O combate à extração ilegal de madeira começa pela compra: é preciso exigir a nota fiscal na qual conste o documento de origem florestal (DOF). O procedimento vale tanto para o consumidor final, pessoa física, quanto jurídica, como arquitetos e empresas de construção civil. “A certificação garante a rastreabilidade da cadeia produtiva, com respeito às práticas sustentáveis”, diz Daniela Vilela, diretora executiva do Conselho de Manejo Florestal, conhecido pela sigla FSC, derivada do nome em inglês Forest Stewardship Council.

A instituição, que existe desde 1994, é responsável pelo sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional, com atuação em 80 países, e registra ter certificado 159,4 milhões de hectares no mundo - 8,8 milhões de ha no Brasil. O interesse pela certificação de madeira vem crescendo, de acordo com Vilela. Ela aponta como sinal desse aumento o resultado da pesquisa feita no ano passado pelo Ipsos, a pedido do FSC, que, entre outras conclusões, mostra que 62% dos consumidores acreditam poder ajudar a proteger as florestas comprando produtos certificados e 66% deles esperam que empresas garantam que seus produtos de madeira, papel e embalagens não sejam fruto de desmatamento ilegal. O estudo ouviu 26,8 mil pessoas em 33 países.

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação da cadeia produtiva de árvores plantadas, atesta que em 2021 a área certificada no Brasil chegou a 7,37 milhões de hectares, 8,4% acima de 2020, voltando aos níveis pré-pandemia (7,4 milhões de ha em 2019). O FSC não arrisca estimar a produção ilegal de madeira. Há, no entanto, quem crave números alarmantes. “Hoje apenas 1% da madeira tropical extraída da Amazônia é certificada, mas as pessoas em diversos países continuam consumindo sem muitas preocupações. Será que um europeu que instala um piso de jatobá na sua casa sabe que aquela árvore leva de duas a três décadas para crescer?”, questiona Pedro Brancalion, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), sócio da re.green e responsável por desenvolver soluções de restauração.

A venda de madeira certificada será um dos negócios a partir dos quais a re.green pretende ter lucro para investir em restauração florestal. Constituída no início do ano passado com investimentos de R$ 385 milhões levantados por nomes de peso como João Moreira Salles e Arminio Fraga, a ambição da companhia é restaurar 1 milhão de hectares de florestas até 2034. “Queremos gerar conhecimento e criar impacto ambiental, sem descuidar dos negócios com propósito”, diz o professor, que revela a existência simultânea de 20 linhas de pesquisas na empresa.

Com larga atuação no segmento de madeira certificada está a CRAS Brasil. Sediada em Icoaraci (PA), a companhia faz manejo sustentável de 200 mil hectares na região amazônica e está chegando ao varejo com lojas em São Paulo e Rio de Janeiro e centros de distribuição no interior paulista, além de presença na França e nos EUA. Apesar do preço de produtos certificados ser de 10% a 20% acima do praticado em produtos não certificados, o CEO da empresa, Rodrigo Chitarelli, diz ser possível derrubar custos com ganhos de escala e percepção de valor pelo público.

“Para certificação de áreas com potencial de exploração de 35 anos, por exemplo, o valor fica em menos de um centavo de dólar por hectare ao ano”, diz. A empresa prevê faturar R$ 300 milhões nos próximos cinco anos com venda de madeira. Até hoje, 80% da produção era destinada à exportação, mas com a inauguração das lojas, a expectativa é que o segmento B2C atinja 75% da receita até 2026.

A Leroy Merlin, que desde 2015 vende produtos madeireiros com certificação, anunciou em fevereiro ter se tornado a primeira varejista no país a ter 100% dos produtos de madeira comercializados com o selo FSC. Já o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), de Minas Gerais, atua na produção de mogno africano certificado. “O foco do empreendimento é plantar florestas para produção de madeira nobre, assegurando volume e regularidade no abastecimento, contribuindo para a redução da exploração das florestas nativas”, afirma Higino Aquino, fundador e diretor de desenvolvimento do IBF.

Com 4.400 hectares, o projeto tem 350 investidores, entre pessoas físicas e jurídicas. O investimento inicial de R$ 300 mil considera floresta de seis ha. A previsão é que a madeira comece a dar lucro em dez anos, quando as primeiras árvores atingem maturidade biológica.

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