Agronegócio
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Por Rosangela Capozoli — Para o Valor, de São Paulo


Pela primeira vez as exportações brasileiras de carne de frango devem ultrapassar 5 milhões de toneladas. Contribui para esse recorde o crescimento de 33,3% nos embarques para a China - principal comprador da proteína e que continua castigada pela peste suína africana - nos primeiros quatro meses do ano. O Brasil também não tem registro de gripe aviária, e os custos de produção estão em queda desde o fim de março.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no primeiro quadrimestre o faturamento cresceu 19%, para US$ 3,5 bilhões (R$ 17,5 bilhões), e o volume exportado, 12%, para 1,75 milhão de toneladas. A estimativa é que as exportações sigam acima das 400 mil toneladas por mês daqui para frente. “O ano tende a encerrar com acréscimo entre 8% e 10% sobre o anterior, quando as vendas internacionais somaram 4,8 milhões de toneladas”, diz Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.

Se a projeção se confirmar, as vendas externas ficarão entre 5,2 e 5,25 milhões de toneladas. “O faturamento, que foi de U$ 9,7 bilhões [em 2022], poderá superar os US$ 10 bilhões”, diz Rua.

A goiana São Salvador Alimentos, com vendas para 75 países e que teve exportação suspensa pelos chineses no ano passado, espera crescimento de 20%. “As perspectivas para 2023 são positivas, com retorno da exportação para a China”, diz Antonio Augusto Toni, diretor comercial.

O motor das exportações de frango é o consumo no mercado chinês, que nos primeiros quatro meses do ano subiu 33,3%, diz Rua, da ABPA. “Com a peste suína africana, a carne de ave tornou-se o produto mais acessível à população chinesa”, afirma.

Apesar da forte demanda dos chineses, a ABPA concentra esforços na conquista de novos mercados. “Começamos o ano com a abertura do mercado na Polinésia Francesa, que apesar de pequeno, é de alto valor agregado”, diz Rua. A BRF acaba de fechar seu primeiro pedido para o país, de 27 toneladas. “Temos expectativas de aumentar o negócio”, afirma Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de planejamento e mercado internacional da BRF.

A Argélia também já recebeu seu primeiro pedido, e Bangladesh está em fase de negociação com o Brasil. “É um mercado bastante interessante, com 180 milhões de habitantes. São consumidores de frango halal [regras muçulmanas], e o Brasil é o maior exportador mundial desse produto.”

Mais cauteloso, Alfredo Lang, presidente da cooperativa C.Vale, prefere não apostar tanto nas exportações, embora reconheça que a peste africana impulsionará os embarques. A China está com menor produção de suíno, o que deve estimular o consumo de carne bovina e de frango do Brasil. O faturamento da C.Vale cresceu 2,6% no primeiro quadrimestre.

O cenário de margens para a avicultura começa a ficar mais interessante após a queda dos custos, avalia a consultoria Agro do Itaú BBA. “Com a safrinha de milho se desenvolvendo bem e, consequentemente, melhorando as expectativas de uma boa oferta do cereal para o segundo semestre, os custos de ração devem continuar aliviando”, informa.

Nos últimos três anos, avicultores enfrentaram dificuldades que ainda estão sendo superadas, diz Rua. A saca de milho, dependendo da praça, está entre R$ 50 e R$ 60, contra R$ 100 anteriormente, dependendo da região. “Mas é difícil afirmar que haverá redução nos preços da carne, considerando que a cadeia tem impactos gerados ao longo dos dois últimos anos”, avalia. No entanto, dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mostram que para o consumidor, houve queda de 8% no preço da proteína em abril comparado com o mesmo mês do ano passado.

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