5G
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Por Martha Funke — Para o Valor, de São Paulo


A aceleração do 5G no país antecipou metas desenhadas no leilão de frequências. Depois das capitais, em 2022, as operadoras tinham até 2025 para alcançar as 20 cidades com mais de 500 mil habitantes, e até 2026 para cerca de 100 delas com população acima de 200 mil. Mas, até setembro, 265 cidades já tinham sinal ativado, cobrindo metade da população nacional.

A velocidade da limpeza da frequência de 3,5 GHz e a queda de preço dos celulares ajudaram. Em agosto, a faixa principal para a rede “pura” (standalone), suportada por equipamentos específicos 5G, já estava livre de sinais de TV em 1,8 mil cidades. Smartphones 5G alcançaram patamares de R$ 1 mil e até menos em modelos pós-pagos. Até os pré-pagos avançaram e já chegam perto de 20% do total 5G. De janeiro a março, por exemplo, apesar da queda de 11% em celulares vendidos, os habilitados ao 5G cresceram 31%, em relação ao último trimestre de 2022, segundo a IDC.

O número de usuários de 5G alcançou 14,5 milhões em setembro. No 4G, atingir tal marca levou três anos. A qualidade do sinal colocou o Brasil em destaque na Open Signal, especializada em análise de redes móveis. Em avanço de performance (ampliação da velocidade média de download) sobre o ano anterior, Vivo (829%), TIM (546%) e Claro (469%) encabeçam o ranking mundial 2023. A TIM ficou em primeiro lugar em incremento de disponibilidade, 559,8%. A Vivo, em terceiro, com 222,7%, e em quarto posto em experiências em games, com melhora de 22,4%.

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A Bain estima que o número de usuários 5G no planeta triplique até 2027, com 2,3 bilhões de conexões, 100 milhões delas do Brasil, cujo aumento médio anual é estimado em 79% até lá, com a venda de aparelhos 5G superando a de 4G em 2025. Além da desaceleração de mercados mais maduros, como EUA e países asiáticos, contribuem para o desempenho o estímulo à migração pelas operadoras, já que o novo sinal melhora a experiência do usuário, reduz custos e ajuda na retenção. “E colabora para desafogar as redes 4G”, diz Alberto Silva, sócio da consultoria.

Além dos celulares, a internet móvel fixa (FWA) e o segmento corporativo (B2B) devem estimular o mercado. Mas os milhares de fornecedores de banda larga já cabearam praticamente o país inteiro e o custo do equipamento FWA para o cliente é mais alto do que o da fibra. O uso corporativo é desbravado com redes privativas, mas o custo de serviços e equipamentos ainda é alto e muitos clientes têm dificuldade em fechar a conta.

Além disso, parte das promessas do 5G exigem a adoção do release 17 do 3GPP (Advanced ou 5,5G), responsável por definição de padrões. Capacidades como uso de inteligência artificial (IA) para gerenciamento e otimização permitem desde localização mais precisa, de até 20 cm, a definição dinâmica do fatiamento de rede, por exemplo.

As pessoas estão em busca de experiências, não tanto da tecnologia”
— Fabio Avellar

Isso demandaria novos investimentos das operadoras, também desafiadas a alcançar fatia maior de aplicações sequer existentes. Embora todas estejam empenhadas em entender negócios de seus clientes, grandes disrupções passadas nasceram de empresas não tradicionais, como AWS e Google em nuvem e Apple com smartphones, observa Luciano Saboia, diretor da IDC.

A IDC estima alta de 3,5% para o mercado de serviços de telecom no Brasil este ano, principalmente por crescimento da internet, tanto em receita (9%) como conexões (7%). O B2B colabora, mas deve ganhar mais fôlego em 2024, com substituição de 4G por 5G para internet das coisas (IoT), por exemplo.

Essa tecnologia, aliás, traz novos questionamentos. Um deles é a neutralidade de redes. “O bit do TikTok não é igual ao de uma cirurgia remota”, compara Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis, representante das telcos.

Mesmo com formatos para entender clientes e encaixar ofertas e parceiros, por ora, a rentabilização do 5G pelas operadoras depende do celular, ante a timidez corporativa global, avalia Eduardo Tude, da consultoria Teleco.

A TIM, com plano de investimento de R$ 13,3 bilhões de 2023 a 2025, lançou campanha para clientes de outras marcas usarem de graça 30 GB de seu 5G por 30 dias, com número em chips virtuais (e-SIM) - se o cliente gostar, migra sua linha. A operadora já ativou 6,8 mil antenas (ERBs) e cobre 100% de seis capitais - São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e Recife -, entre 180 cidades alcançadas. “As pessoas estão em busca da experiência, não tanto tecnologia”, diz o vice-presidente de receitas Fabio Avellar.

O B2B avança com 5G em redes privativas, como a do Brasil Terminal Portuário, com precisão para carros e caminhões autônomos, e o Hospital Sírio-Libanês, para teste de ambulância conectada capaz de trocar informações de exames em tempo real com a instituição.

A Claro conta com a Embratel para redes privativas como da Gerdau, na planta industrial de Ouro Branco (MG); Porto de Suape (CE), com videomonitoramento e identificação de veículos no atracadouro; e Hospital Albert Einstein, com testes como consultas e exames remotos e IA para predição de AVC.

A Globo usou fatiamento para priorizar tráfego na transmissão do Carnaval paulista, além de controle de câmeras do Big Brother a distância. “O 5G ganha impulso para transformação digital de empresas e até por pressão de governos para impulsionar economias”, diz Alexandre Gomes, diretor de marketing da Embratel. Em setembro, a Claro tinha mais de 5,7 milhões de usuários 5G, alcançando 184 municípios. O tráfego 5G chegou a 25% do total em São Paulo e Recife e a operadora foi pioneira em planos de internet móvel com FWA, explica o CEO da unidade de consumo e PME Paulo Cesar Teixeira.

A Vivo, por sua vez, aplicou em 5G e fibra boa parte do aporte histórico de R$ 9,5 bilhões em 2022. Neste ano devem ser R$ 9 bilhões para ampliação da rede e da proposta de hub digital, com produtos e serviços em ecossistemas de tecnologia. Cerca de 23% da base pós-paga possui aparelhos compatíveis e mais de 85% dos aparelhos vendidos são compatíveis com 5G. Para empresas, além de redes privativas, a operadora mira avanços como o conceito de rede como serviço em telecom (open gateway), com conectores (APIs) para desenvolvedores criarem serviços, explica o VP de negócios Alex Salgado.

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