![Ricardo Montanher: “Nosso papel será entender as particularidades de cada empresa, para ajudá-las” — Foto: Divulgação](https://s2-valor.glbimg.com/xtuC3r-2bKcDWnByjXtRPWDy1QI=/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2023/0/c/ZM4kEKQ4u6rZ1aRKJbeg/foto31rel-301-aplica-f7.jpg)
Segurança, alta mobilidade, baixa latência, eficiência e robustez são alguns fatores que vêm impulsionando o uso de redes privativas 5G no Brasil. De acordo com Hermano Pinto, diretor da Futurecom, existem, atualmente, 120 redes privativas 5G no país, sendo a maioria instaladas em grandes cidades, já que esse recurso, por enquanto, não está disponível em todas as localidades. “O Brasil é o oitavo país do mundo em redes privativas 4G/5G. Além disso, somos o quinto no ranking mundial em redes móveis”, assinala.
Entre as aplicações mais promissoras com o emprego das redes privativas 5G estão as de smart cities (cidades inteligentes). É o caso do município paranaense de Pato Branco, com uma população de aproximadamente 100 mil habitantes. Segundo Marcos Colla, secretário municipal de ciência, tecnologia e inovação, a cidade ocupa o segundo lugar no ranking Connected Smart Cities, entre as cidades de até 100 mil habitantes. “Somos reconhecidos como ‘capital tecnológica e inovadora do Paraná’, em função da solidez do ecossistema local de inovação e pelo tratamento tributário diferenciado concedido às empresas de base tecnológica. Além disso, possuímos legislação municipal que favorece ações sustentadas no Marco Legal das Startups”, afirma o secretário.
Em função dessa legislação, o município adquiriu uma solução inovadora para implantação de luminárias inteligentes na cidade, que incorpora, além de antenas para wi-fi 5G, câmeras capazes de realizar reconhecimento facial e reconhecimento de placas de veículos. No momento a aplicação prioritária da rede privativa baseada na tecnologia 5G, fruto de parcerias com a Claro Telecom, Juganu e Qualcomm, é voltada à segurança pública. “Entretanto, já estamos discutindo com a Claro Telecom a ampliação do uso dessas redes privativas para outros serviços públicos de interesse do cidadão”, anuncia Colla.
Com a aquisição dessas luminárias inteligentes, o município passou a fazer o videomonitoramento com inteligência artificial, o que permite o reconhecimento facial e o reconhecimento de placas de veículos. Esse sistema está interligado ao banco de dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná.
A análise das imagens, colhidas pelas luminárias inteligentes, é feita na central de monitoramento do 3° Batalhão da Polícia Militar do Paraná em Pato Branco. “Nosso principal ganho é prevenir incidentes e delitos. Com esse sistema podemos identificar pessoas com mandados de prisão em aberto, veículos com ordem de apreensão e até mesmo autores de assassinatos na região central”, explica o secretário de Pato Branco.
Além de cidades, o setor de energia também vem se beneficiando das redes privativas 4G/5G. Em 2020, a Neoenergia iniciou a implantação do projeto Energia do Futuro com o objetivo de explorar o modelo de DSO (distribution system operator) na região de Atibaia (SP). “A implantação de uma rede privativa 4G ocorreu como ponto chave para garantir maior segurança das comunicações, escalabilidade das soluções e capacidade de rede. Por meio dessa rede transportamos tráfegos multisserviços (serviço de missão-crítica, banda estreita e banda larga), o que gera maior eficiência em todo o processo”, argumenta Ricardo Leite, superintendente de smart grids da Neoenergia.
Algumas operadoras de telecom, como a Ligga, também estão empenhadas em viabilizar a utilização, no Brasil, de redes privativas 5G. A empresa está desenvolvendo um projeto para a Zona Franca de Manaus, previsto para entrar em operação em novembro, que beneficiará, inicialmente, 400 empresas do Distrito Industrial 1, com o emprego da tecnologia FWA (fixed wireless access) e redes privativas 5G. “Cada uma dessas indústrias tem suas necessidades específicas de telecomunicações. O nosso papel será entender as particularidades de cada empresa, para ajudá-las a escolher os melhores recursos para implantar as redes privativas 5G”, enfatiza Ricardo Montanher, diretor comercial B2B da Ligga. A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Nokia e Juganu são alguns dos parceiros da Ligga nesse projeto.