5G
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Por Martha Funke — Para o Valor, de São Paulo


O crescimento e a consolidação de operadoras competitivas, as de menor porte e com participação de mercado de no máximo 2%, mudou de patamar este ano. Em outubro, Alloha, Brisanet, Desktop e união da Vero com Americanet registraram mais de 1 milhão de assinantes de banda larga fixa. Outro destaque foi o valor recorde no setor que a Brasil TecPar pagou pela mineira Blink, R$ 400 milhões.

A Alloha atingiu 1,5 milhão de assinantes em agosto, com 140 mil km de fibra em mais de 280 cidades. Vero e Americanet somam 1,4 milhão em 450 cidades e mais de 50 mil km de rede própria. A Brisanet, com 1,2 milhão, desacelerou a expansão da fibra e corre para implantar 5G. A Desktop chegou a 1 milhão de clientes em 183 cidades paulistas com dez aquisições nos últimos três anos e 55 mil km de fibra, segundo o diretor financeiro e M&A Bruno Leão.

A soma da Vero com a Americanet foi a primeira entre as maiores do ramo. Juntas, somam 47 M&As nos últimos quatro anos, segundo o CEO da Americanet e presidente do conselho de administração da nova companhia, Lincoln Oliveira.

A Vero nasceu quando a Vinci Partners comprou oito provedores de uma vez, em 2019, prevendo venda em cinco anos. Na Americanet, a Warburg Pincus chegou em 2019 com a saída da Axxon Group. A participação da Vinci alcançou 65% da Vero este ano e a da Warburg Pincus, 50,5% da Americanet. Na nova empresa elas ficam, respectivamente, com 36,2% e 22,2%.

A diluição e a necessidade de escala se relacionam com a quantidade e o custo do dinheiro para expansão e a busca de produtividade e sinergia. O negócio vai somar faturamento de R$ 1,7 bilhão. Mas os juros cobrados em debêntures incentivadas, além do IPCA, em queda nos últimos dois a nos, exemplificam a saia justa do capital. Para a Americanet, foram 5,6% ao ano em 2021 para R$ 250 milhões e 8,9% em 2022 para R$ 300 milhões. A Vero, em janeiro, arcou com 9,34% para R$ 375 milhões.

A valorização foi comprometida pela falta de liquidez”
— Carlos E. Sequeira

O setor também mira redes neutras. No começo do ano a Americanet anunciou a criação da Siena Brasil, com R$ 1 bilhão previstos até 2028 em rede neutra subterrânea de fibra no Estado de São Paulo, para atender inclusive grandes operadoras e provedores regionais.

A TecPar já usa redes neutras para ampliar abrangência, mas levantou em maio R$ 125 milhões em debêntures incentivadas para infraestrutura, depois de obter autorização do Ministério das Comunicações para R$ 400 milhões. Recebeu mais R$ 200 milhões de sindicato de Banco do Brasil e Santander por CDI mais 4,5% para pagar parte da aquisição da Blink.

A empresa, nascida em São Borja (RS) em 1995, alcançou liderança estadual com apoio de aquisições há cinco anos e passou a mirar Sul, Centro-Oeste e Sudeste. Começou com datacenter da Neogrid em Santa Catarina e operação em Mogi das Cruzes (SP), em 2019. Comprou cinco provedores em Sinop, Primavera do Leste, Rondonópolis e Cuiabá (MT) e Coxim (MS) e em cinco meses se tornou líder no Mato Grosso. Já passou de 50 aquisições, agregando Rio de Janeiro e São Paulo. “A entrada em MG cumpriu meta faturamento de R$ 1 bilhão este ano”, diz Gustavo Stock, CEO da TecPar.

A Desktop é a representante do grupo que abriu capital em 2021, quando a baixa dos juros movimentou IPOs, mas de modo geral empresas menores (small caps) sofreram com a alta posterior. “A valorização foi comprometida pela falta de liquidez, apesar da performance operacional”, observa Carlos Eduardo Sequeira, chefe da área de Pesquisa do BTG Pactual. Segundo o analista, abre-se ainda possibilidade de a consolidação chegar às grandes telcos, de olho na base de banda larga fixa, ou às redes neutras, contribuindo para operações mais leves e menos dependentes de capital.

“A consolidação aumenta poder de negociação com fornecedores e capacidade de investimento em infraestrutura, serviços e inovação”, diz o presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicaçõe (Abrint), Mauricélio Oliveira Junior. As competitivas têm, juntas, mais de metade do mercado de banda larga fixa, mas as 70 associadas da TelComp, que representa o segmento, faturam cerca de R$ 20 bilhões anuais. “Nem metade da Telefônica, diz o presidente executivo Luiz Henrique Barbosa.

Além disso, há espaço para crescer e movimentar as menores, já que 15% dos lares no país ainda não são conectados, acrescenta o vice-presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Jesaias Arruda.

Em um ano adquiriu três provedores no interior paulista, outro em Osasco e superou 75 mil assinantes. Do ano passado para cá, depois de captação de R$ 150 milhões, chegou ao Paraná com duas aquisições. Em setembro comemorou três anos com 170 mil clientes e 16ª posição entre as competitivas.

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