Em todo o mundo, a siderurgia é o setor industrial que ocupa o primeiro lugar na lista dos maiores emissores de CO2 - algo entre 7% e 9% do total de todas as atividades. Pois a Gerdau, maior produtora de aços no Brasil, trabalha para diminuir esse impacto. Campeã setorial de mineração e siderurgia nesta edição de “360º”, é também a primeira no desafio ESG/Socioambiental entre todas as 410 participantes da pesquisa conduzida pela Fundação Dom Cabral. Hoje, a emissão de carbono da empresa - de 0,89 tonelada por tonelada de aço produzida - equivale a menos da metade da média global, de 1,89. A meta é chegar a 0,83 até 2031 e atingir a neutralidade completa em 2050.
Na Gerdau, 75% do aço produzido vem da reciclagem de ferro, a sucata. Há duas formas de chegar ao aço. Uma é a primária, obtida a partir do minério de ferro, transformado em ferro-gusa nos altos-fornos e encaminhado a seguir à aciaria. Na produção do gusa usa-se um agente, geralmente à base de carbono, e remove-se oxigênio do minério. O resultado, além do gusa propriamente dito, é CO2. A segunda forma é via sucata - o aço é o material mais reciclável do mundo, sem perda de características -, fundido em fornos elétricos.
Em todo o mundo, 70% da produção do aço é feita com minério e 30% com sucata, o inverso da Gerdau. Explica-se. A média de tempo de retorno do aço como sucata é de 40 anos. Mas é a média. No caso de embalagens, leva meses. Grandes estruturas, prédios, viadutos, mais de século.
No mesmo sentido, a empresa decidiu investir, via o braço de novos negócios Gerdau Next, até R$ 1,5 bilhão na plataforma de energia renovável Newave - R$ 500 milhões até setembro de 2024. É uma parceria com a Newave Capital, gestora de investimentos em energia. A Gerdau Next terá 33,3% e a Newave, o resto.
Afora a participação, a Gerdau se compromete a comprar 30% da geração de energia. Terá com isso menos custo na produção de aço e redução de 9,6% nas emissões de gases de escopo 2 (associadas à eletricidade consumida). Serão desenvolvidos projetos greenfield para instalação de cerca de 2,5 GW de energia solar ou eólica.
“Queremos ser referência em sustentabilidade, mas tratamos os temas do ‘S’ com a mesma relevância das políticas do ‘E’ porque os déficits sociais no Brasil são muito graves”, afirma Gustavo Werneck, presidente do grupo Gerdau. Um exemplo é o programa Reforma que Transforma, para investir R$ 40 milhões em dez anos, a partir de 2022. Treze mil casas vulneráveis vão receber saneamento básico e reformas com requisitos de segurança e conforto.
No campo da inclusão e diversidade, a meta é ter, até 2025, 30% de mulheres em postos de liderança, em comparação com os atuais 27% - em 2021, eram 22%. “Ao promover a diversidade, a Gerdau contribui para reduzir as desigualdades e promover a inclusão social, econômica e política de todos”, diz.