Em um aceno ao Congresso Nacional, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou a autorização para operação de busca e apreensão na Câmara dos Deputados, pedida no âmbito da operação Última Milha. A decisão acata parecer da Procuradoria Geral da República (PGR). Ao invés disso, determinou o envio de um ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, solicitando dados.
Para Moraes, o fato de José Matheus Sales Gomes, um dos alvos da operação Última Milha, ser assessor parlamentar, não justificaria a busca.
"Entretanto, nos termos do parecer da Procuradoria-Geral da República, não se revela necessária, no presente momento, a busca e apreensão nas dependências da Câmara dos Deputados, uma vez que não há, demonstração razoável de que o investigado José Matheus Sales Gomes estaria aproveitando-se do exercício das funções públicas (há a notícia de que ele ainda exerceria as funções de assessor parlamentar – IPJ n. 2560125/2024) para guardar ou depositar provas na Casa Parlamentar", diz trecho do documento.
Nesta quinta-feira, Polícia Federal deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha. A ação mirou nomes que trabalhavam com Alexandre Ramagem na cúpula da Abin e ligados ao chamado “gabinete do ódio”, estrutura que teria sido criada dentro do Palácio do Planalto pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O esquema vem sendo chamado de “Abin paralela”.