O Comitê Executivo da Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, elegeu, nesta terça-feira (25), o delegado de Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza para comandar o órgão. A escolha agora ainda será submetida à Assembleia Geral da organização, que se reúne em 7 de novembro.
Se o nome do delegado brasileiro for confirmado, esta será a primeira vez, em cem anos de história da Interpol, que um policial fora do eixo Estados Unidos-Europa vai assumir a secretaria-geral do órgão. Ele ficará no cargo entre 2025 e 2030.
Urquiza começou a campanha para comandar a Interpol em meados do ano passado, defendendo a necessidade de modernização da entidade e o aumento da diversidade interna. Além da PF, se envolveram no processo o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em nota, a PF afirmou que a eleição do delegado para o comando da Iterpol "reflete a alta prioridade atribuída pelo governo brasileiro ao combate ao crime organizado transnacional, que tem na cooperação internacional, crescentemente, uma dimensão essencial". A corporação também vê a indicação como um reconhecimento pela comunidade internacional dos trabalhos que vêm realizando na área.
A escolha do nome para comandar a Interpol não é feita por votação direta dos 196 países que fazem parte da Interpol, mas, sim, pelos integrantes do Comitê Executivo, que elegem um dos candidatos e submetem à aprovação da Assembleia-Geral. Os interessados em disputar a vaga tinham até janeiro para se apresentarem.
Natural de São Luís, Urquiza tem 42 anos, está há quase duas décadas na PF e conhece bem o funcionamento da Interpol. Atualmente, ele exerce o cargo de diretor de Cooperação Internacional da PF e, desde 2021, atuava na Interpol como vice-presidente para as Américas do Comitê Executivo.