Cidadão Global
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Por Santander

A adoção de práticas ESG (ambiental, social e de governança, da sigla em inglês) é um caminho irreversível para empresas de todos os portes, mas é fundamental que cada negócio entenda em quais frentes os esforços deverão ser concentrados e potencializados. Isso é especialmente importante para as médias empresas, que precisam investir recursos com racionalidade e planejamento.

De acordo com especialistas, o primeiro passo é identificar em qual área cada negócio pode contribuir com as boas práticas sustentáveis. É natural que determinada empresa tenha um protagonismo maior em determinada área, seja social, ambiental ou de governança. Isso passa por uma questão de avaliação de materialidade, ou seja, o quanto e como cada corporação é impactada e avaliada pelos stakeholders. O desafio de implementar práticas ESG nas empresas foi um dos temas centrais da última edição do evento Cidadão Global, apresentado por Santander Brasil e Valor Econômico no último dia 8, em São Paulo.

Para a head de Sustentabilidade do Santander Brasil, Carolina Learth, o primeiro passo das instituições é fazer com que seus clientes se convertam à agenda ESG. "Transformar a cultura dos nossos clientes é nosso primeiro dever de casa. E para isso, seja qual for o tamanho da empresa, procuramos entender sua maturidade e, com isso, mensurar os investimentos necessários para sua transformação", declara.

A executiva, porém, alerta para um dado. "Nós temos toda a expertise para produzir os melhores diagnósticos para inserção dos princípios ESG, mas é preciso que as empresas, principalmente as médias, encontrem ambientes favoráveis para a implementação da mudança. O país precisa oferecer infraestrutura e tecnologia adequadas, senão fica tudo no papel", pondera.

Carolina Learth, head de Sustentabilidade do Santander Brasil: "Transformar a cultura dos nossos clientes é nosso primeiro dever de casa. E para isso, seja qual for o tamanho da empresa, procuramos entender sua maturidade e, com isso, mensurar os investimentos necessários para sua transformação." — Foto: Divulgação
Carolina Learth, head de Sustentabilidade do Santander Brasil: "Transformar a cultura dos nossos clientes é nosso primeiro dever de casa. E para isso, seja qual for o tamanho da empresa, procuramos entender sua maturidade e, com isso, mensurar os investimentos necessários para sua transformação." — Foto: Divulgação

Caminho para a inovação

Uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, a Ernst Young (EY) ampliou seu protagonismo em relação à agenda ESG junto aos seus clientes. Ricardo Assumpção, líder de ESG na América Latina Sul, acredita que conseguir enxergar valor é um dos principais desafios para as empresas. "Muitas pessoas e empresas entendem ESG como custo. Na verdade, este não pode ser reduzido a apenas um conceito abstrato, mas, sim, a um poderoso catalisador de inovação para as empresas", afirma.

Ricardo acrescenta que é fundamental iniciar um trabalho de transformação corporativa para que as empresas, inclusive as médias, entendam como elas podem criar valor em cada setor a partir da agenda ESG. "E quando falamos em criação de valor, significa transformar verdadeiramente empresas, sociedade e o planeta", enfatiza.

Para o executivo, é fundamental a correlação da agenda de sustentabilidade a uma agenda de inovação. "Ter escala é o primeiro passo para que a gente consiga mirar no desenvolvimento sustentável. Para isso, precisamos disseminar e demonstrar que essa agenda resulta, no fim do dia, em valor, inclusive financeiro".

Ele também concorda que as instituições financeiras têm um papel crucial para apoiar os diversos setores econômicos na transição para uma economia de carbono zero, já que elas são um dos meios de distribuição de capital com a liquidez exigida pelo ESG. "Ou seja, elas também acabam tendo um caráter consultivo ao demonstrar os benefícios que vão muito além de capital mais barato que as empresas terão ao adotar uma agenda ESG mais robusta. É, de fato, uma proteção para a empresa, ao mesmo tempo que destrava novas oportunidades".

Ricardo Assumpção, líder de ESG na América Latina Sul: "Ter escala é o primeiro passo para que a gente consiga mirar no desenvolvimento sustentável. Para isso, precisamos disseminar e demonstrar que essa agenda resulta, no fim do dia, em valor, inclusive financeiro."  — Foto: Divulgação
Ricardo Assumpção, líder de ESG na América Latina Sul: "Ter escala é o primeiro passo para que a gente consiga mirar no desenvolvimento sustentável. Para isso, precisamos disseminar e demonstrar que essa agenda resulta, no fim do dia, em valor, inclusive financeiro." — Foto: Divulgação

Mudança de cultura

Outro ponto observado por especialistas é gestão de cultura como insumo fundamental para a construção de uma jornada empresarial pautada cada vez mais em compliance, transparência, diversidade, boa gestão financeira e responsabilidade socioambiental. Essa é a opinião do diretor-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Pedro Melo.

"Quando uma empresa vê importância nesses critérios ambientais, sociais e de governança, ela está influenciando a longevidade de seu negócio, o aumento da resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades, a eficiência operacional, a gestão do seu capital humano e o valor da marca, entre tantos outros", diz.

Para apoiar a adoção dessas práticas, em 2020, o IBGC propôs uma Agenda Positiva de Governança ao mercado que pode ser acessada gratuitamente pelos principais líderes das organizações. Esta agenda sugere medidas apoiadas em seis pilares: ética e integridade; diversidade e inclusão; ambiental e social; inovação e transformação; transparência e prestação de contas; e conselhos do futuro.

Pedro também acredita que já há evidências práticas de que organizações que incorporam princípios e práticas ESG estão mais conectadas com a velocidade de transformação dos negócios. Para ele, as médias empresas de sucesso do futuro precisarão encontrar formas de criar valor com contribuição social justa, mitigar impactos negativos e gerar impactos positivos para o meio ambiente e a sociedade.

"Essas organizações podem utilizar o seu potencial inovador e criativo para impulsionar a melhoria da vida das pessoas e multiplicar modelos de negócios sustentáveis. As empresas que se anteciparem e se envolverem de maneira proativa nessas transformações devem ter as melhores chances de serem líderes em um contexto de futuro cada vez mais competitivos e, ainda, ter maior relevância e centralidade do capital humano nas organizações", declara.

Pedro Melo, diretor-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): "Quando uma empresa vê importância nesses critérios ambientais, sociais e de governança, ela está influenciando a longevidade de seu negócio, o aumento da resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades, a eficiência operacional, a gestão do seu capital humano e o valor da marca, entre tantos outros.”  — Foto: Divulgação
Pedro Melo, diretor-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): "Quando uma empresa vê importância nesses critérios ambientais, sociais e de governança, ela está influenciando a longevidade de seu negócio, o aumento da resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades, a eficiência operacional, a gestão do seu capital humano e o valor da marca, entre tantos outros.” — Foto: Divulgação

Realidade que impacta agenda ESG

Apesar de haver um entendimento sobre o assunto, episódios extraordinários podem mudar todo o curso das teorias e suas aplicações. A pandemia da Covid-19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia mostraram com clareza esse fenômeno. "A guerra atual nos trouxe uma realidade inesperada, repleta de percalços, que impactarão o futuro das empresas em médio e longo prazo", afirma Carolina Learth.

Ricardo Assumpção também tem uma visão prática sobre os acontecimentos, o que impactarão diretamente nas ações atreladas ao conceito ESG. "A pandemia coloca um holofote como um risco não financeiro, que tem impacto na economia e na vida das pessoas. E a guerra da Ucrânia mostra a necessidade de acelerar investimentos em energias renováveis para termos uma segurança energética baseada numa matriz limpa. Isso nada mais é do que o ESG", diz.

As mudanças climáticas são outros fatores importantes na agenda ESG. "Apesar da ampla adesão ao Acordo de Paris e de eventos climáticos extremos já estarem sendo percebidos em todo o mundo, as emissões globais continuam a subir e os países têm sido pressionados a ampliar suas ações e metas para o enfrentamento desse cenário. Nunca foi tão importante às organizações associar riscos financeiros aos riscos climáticos - seguindo a especificidade de cada negócio – mas ainda temos muito a fazer", afirma Pedro Melo.

"O conceito do ESG pode sofrer essas alterações momentâneas, porém observamos que não existe muito atalho. Neste ano, as emissões serão recordes e quanto mais o tempo passa, menor é a janela de ação. E, no fim do dia, trata-se de uma agenda de pessoas. É exatamente para as pessoas e para as comunidades que nós combatemos as mudanças climáticas", analisa Ricardo Assumpção.

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