Por décadas, as empresas separaram a inteligência das operações. Os dados ficavam armazenados e eram pinçados por diferentes setores, de forma esporádica. Não havia a utilização massiva de algoritmos, nem o uso rotineiro das informações para construir estratégicas e rever processos.
A pesquisa global “Tech Horizon: Leadership perspectives on technology and transformation”, realizada pela EY, confirma o quanto o cenário mudou: os dados estão na base de todas as ações, de quaisquer departamentos, de empresas dos mais variados portes e as mais diversas áreas de atuação.
Quase três quartos dos líderes que participaram do estudo usam insights gerados a partir de dados e de analytics para acelerar a inovação. Mesmo entre as empresas mais atrasadas em transformação digital, 70% adotam esse procedimento. Quando se trata das líderes nesse processo, o percentual salta para 83%.
Entre as líderes que incorporaram métodos ágeis, 51% alcançam resultados mais rápido, 48% entregam uma experiência melhor ao consumidor e 41% estabeleceram rotinas de comunicação mais claras entre os times.
Mas, na medida em que a digitalização se acelera, maiores as brechas de cybersegurança. Com a migração para o home office, então, muitas organizações que não lideravam esse processo precisaram estabelecer às pressas condições mínimas de trabalho para os colaboradores.
“A digitalização vem acontecendo em várias ondas. A mais recente foi acelerada pela pandemia, que trouxe com ela o trabalho remoto, assim como o consumo à distância”, avalia Demetrio Carrion, sócio-líder de Cybersecurity da EY para LAS & Brazil. “O planeta mudou, e as pessoas que trabalham no submundo identificaram ali uma oportunidade”.
No caso específico do Brasil, a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) aumenta os danos, de imagem e financeiros, que podem ser provocados por ataques. No primeiro trimestre de 2021, segundo a empresa de segurança Fortinet, o país sofreu mais de 3,2 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, quase metade das 7 bilhões de ações registradas na América Latina.
Novos riscos
“Em casa, muitos profissionais mandam arquivos para e-mails pessoais para imprimir. Baixam documentos importantes na máquina de casa”, exemplifica Carrion. “Ao mesmo tempo, os ataques estão mais sofisticados. Para muitas empresas, uma situação que já era precária ficou ainda mais difícil.
Mais empresas procuram a EY em busca de consultoria a respeito de cybersegurança, diz o sócio-líder. “Muitas pagaram para ver, não acreditaram que a LGDP iria emplacar, e agora estão assoberbadas. Outras se mostram mais maduras a respeito de buscar soluções sólidas e de longo prazo”.
A maior dificuldade, relata ele, é saber o que proteger, com proteger. “Muitas empresas acham que é uma dificuldade tecnológica. E não é. O maior desafio consiste em entender o que efetivamente o que é preciso proteger, e onde estão as informações”. Afinal, mapear os riscos e delimitar perímetros reduz o impacto das ações maliciosas. Elas vão acontecer, em algum momento.
“Toda empresa vai sofrer ataque. O importante é entender que não adianta construir o muro mais alto do mundo, mas boas práticas são fundamentais. Além disso, é necessário não só ser diligente, mas também controlar a narrativa. Reagir com transparência diante do regulador e dos stakeholders é crucial”.
Centros de segurança
Os Cyber Security Centers da EY em São Paulo e no Rio de Janeiro foram remodelados e reinaugurados em novembro de 2019. São hubs de excelência que integram as equipes e as competências, em um ambiente moderno e tecnológico.
Ali, um time de especialistas está posicionado para levar a segurança dos clientes a um novo nível de maturidade, que envolve, inclusive, a capacidade de lidar com o fato de que ataques cibernéticos vão acontecer – afinal, a questão não é “se”, é “quando”.