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Por EY — G.Lab para EY


Drones fazem mapeamento aéreo em pátios de montadoras para verificar se os dados coincidem em relação ao número de veículos e modelos — Foto: Getty Images
Drones fazem mapeamento aéreo em pátios de montadoras para verificar se os dados coincidem em relação ao número de veículos e modelos — Foto: Getty Images

Contabilizar os veículos do pátio de uma montadora, fazer o inventário de milhares de produtos em um estoque ou encontrar pequenas divergências entre, literalmente, milhões de dados. Ações como essas são comuns nos processos de auditoria. As novas tecnologias tornaram o trabalho ainda mais desafiante, ampliando o volume de dados disponíveis para os auditores. Em contrapartida, elas também trouxeram a solução, já que permitem a análise de muito mais dados no mesmo período de tempo. A EY utiliza tecnologias como robotização, IoT, RPA e RFID para elevar o nível de confiabilidade das análises. A consultoria também foi pioneira no mundo na utilização de drones no processo, revolucionando a forma de auditar alguns setores da indústria. Para conhecer mais sobre essas inovações, conversamos com Beatriz Moraes, sócia de Auditoria da EY Brasil, e Flávio Dayrrel, gerente sênior da EY em Belo Horizonte.

Quais as principais vantagens de digitalizar o processo de auditoria?

Beatriz Moraes Nas últimas décadas, o volume de dados que temos à disposição é maior, porém, o tempo de apresentação oficial das informações financeiras não foi alterado – o prazo é, indistintamente, até 31 de março para as companhias abertas. Isso significa dizer que a auditoria precisa ser mais célere no processamento desses dados, mas sem aumentar os riscos. Nesse contexto, a digitalização do processo de auditoria permite atingir dois objetivos: reduzir o risco, separando as informações homogêneas daquelas heterogêneas que precisarão ser analisadas; e concluir a auditoria antes dos prazos oficiais.

Que outros benefícios vocês identificaram?

Beatriz Moraes Até pouco tempo, todo o processo em qualquer empresa de auditoria era feito com uma base amostral. Caso não houvesse nenhum item fora dos padrões naquela fatia selecionada, assumia-se que o todo seguiria essa tendência. Com a digitalização, o processamento dos dados é integral. Ao analisar 100% das informações, diminuímos os riscos na auditoria e, assim, evitamos a identificação de problemas posteriores.

Flávio Dayrrel Imagine uma concessionária de energia elétrica, por exemplo. Ela tem 40 milhões de consumidores e, todo mês, cada um deles gera uma conta. No final do ano, serão aproximadamente 500 milhões de faturas de energia elétrica que precisam ser auditadas em um curto período de tempo. No passado, com a regra do volume padrão ou outra estatística comumente usada, a validação se daria com base em apenas 10% do montante de informações. Hoje, com a digitalização, a robotização e a utilização de outras tecnologias, conseguimos elevar esse nível para 80% a 90% dos dados.

Quais tecnologias trouxeram mais avanços à área de auditoria?

Flávio Dayrrel A RPA (sigla para Robot Process Automation) é uma delas. Essa tecnologia permite substituir o trabalho humano em atividades relativamente simples e muito repetitivas. Para extrair a base de um relatório e fazer a conciliação com outras planilhas para uma auditoria, por exemplo, às vezes tenho 500 milhões de linhas de dados. Fazer isso, manualmente, uma a uma, seria humanamente inviável. Hoje, programamos robôs que são automatizados e processados pelo próprio sistema. Eles se transformam, digamos assim, em um humano dentro do computador: baixam todos os dados, fazem a conciliação entre as planilhas e geram um relatório final que já apresenta as divergências às quais teremos que nos ater na auditoria.

Beatriz Moraes Um exemplo tangível que podemos dar é de um procedimento obrigatório na auditoria: a confirmação de saldo com terceiros, ou seja, uma espécie de checagem dos direitos a receber entre a empresa auditada e quem deve a ela. Antes, esse processo era extremamente manual. Agora, definimos para o robô os parâmetros de materialidade, relevância e risco e incluímos todas as informações do cliente. Além de ser mais ágil, reduz o volume de risco.

A EY utiliza programas e robôs específicos para cada segmento?

Beatriz Moraes Sim. E dentro de um segmento há especificidades para cada processo. Não dá para comparar todas as indústrias montadoras, por exemplo. Ela vendem o mesmo produto, mas os processos internos são diferentes. Então, o robô precisa ser customizado caso a caso. Temos na EY uma área específica que faz essas customizações de acordo a área, o perfil e os riscos relacionados a cada cliente.

Vocês foram pioneiros na utilização de drones no processo de auditoria. Como surgiu essa ideia?

Beatriz Moraes, sócia de Auditoria da EY Brasil — Foto: Divulgação
Beatriz Moraes, sócia de Auditoria da EY Brasil — Foto: Divulgação

Beatriz Moraes Nós fazemos auditoria para a Nissan, por exemplo. O volume de veículos nos pátios da montadora ao fim do ano é muito grande e precisa ser inventariado. Nós assumiríamos um risco muito grande ao contar apenas 10% dos veículos, por exemplo, e considerar essa amostragem para fazer o saldo deste balanço, um dos mais relevantes para a companhia. Por outro lado, os pátios são enormes e impossibilitavam contagens mais amplas e detalhadas. Desse impasse, surgiu a ideia de utilizar drones para fazer o mapeamento aéreo. Além de contar a quantidade de veículos, eles identificam cada modelo por reconhecimento de objetos e cruzamento de informações sobre altura, densidade e distância do chão. São dados extremamente relevantes que contribuíram para diminuir o risco de auditoria.

Para chegar a esse detalhamento, foram associadas outras tecnologias aos drones?

Flávio Dayrrel Da mesma forma que estruturamos e mapeamos um RPA e seu programa, conseguimos fazer o mesmo com os softwares utilizados em nossos drones, customizando-os de acordo com cada necessidade. No caso das montadoras, complementamos a capacidade de identificação e contagem aérea dos carros com o mapeamento 3D de todo o pátio. Ele permite verificar se os dados coincidem em relação ao número de veículos e modelos.

Depois da experiência com a montadora, essa tecnologia migrou para outros projetos?

Flávio Dayrrel Já configuramos drones para auxiliar na contagem de árvores em uma fazenda de plantio de eucalipto. As informações aéreas coletadas passam por um software que faz a caracterização de cada planta, elabora uma estimativa e dá o número exato de árvores. Dessa forma, conseguimos realizar a contagem com maior precisão e a um custo benefício muito menor do que fazer via terrestre, contabilizando uma a uma.

Beatriz Moraes Outro exemplo interessante feito pela EY foi o inventário físico de uma mineradora. Era um desafio porque, além das grandes extensões de uma planta de mineração, é impossível contar cada grãozinho que faz parte do todo. Eventualmente, embaixo de uma pilha de minério também pode ter um contêiner ou uma caixa que dá uma altura maior a determinado monte, mas não é minério. O drone consegue identificar a densidade daquela pilha, do chão à ponta, e indicar se ela é toda do mesmo material ou se há mistura de minérios. Ele também sinaliza possíveis artifícios que estejam dando altura àquele monte. Dessa forma, o índice de erro é minúsculo.

Flávio Dayrrel Há ainda o uso de drones na mitigação de impacto ambiental em grandes obras. Nesse caso, é utilizado um modelo com duas câmeras acopladas, uma normal e a outra com sensor térmico. Durante o voo, ao mesmo tempo em que fazemos a modelagem da área vistoriada, o drone identifica diferenças de temperatura ao longo daquele hidroduto ou gasoduto, por exemplo. Essa variação pode indicar possíveis falhas nas estruturas, como corrosão ou soldas deficientes. É um monitoramento preventivo para evitar que um pequeno vazamento ou outro problema menor se transforme em um grande dano ambiental.

No processo de inventário com drones, que outras tecnologias podem ser associadas?

Flávio Dayrrel Um dos drones que utilizamos tem um leitor RFID [Radio-Frequency Identification ou, em português, Identificação por Rádio Frequência] acoplado na sua própria base. Para uso em um almoxarifado, por exemplo, configuramos seu voo numa determinada área, indicando a distância entre os corredores e o tamanho do estoque. Ele sobe e desce ao longo das áreas delimitadas fazendo a leitura via rádio frequência de cada caixa e atualiza as quantidades automaticamente no banco de dados do cliente. E também podemos integrar essa leitura com o sistema de reporte de auditoria.

Beatriz Moraes Uma aplicação semelhante com os drones pode ser utilizada na leitura de QR Codes nos centros de distribuição de empresas que vendem uma gama enorme de produtos de distintos fornecedores, como é o caso das lojas de aeroportos. É um grande avanço tanto para o controle por parte do cliente quanto para a trabalho de auditoria. Isso porque, com a agilidade dos drones, é possível fazer a verificação de estoque várias vezes ao ano. Dessa forma, evita-se constatar apenas meses adiante uma perda enorme que pode ter se acumulado durante todo o período entre um auditoria e outra.

Como vocês coordenam essa união das novas tecnologia com os processos de auditoria dentro da EY?

Beatriz Moraes Trabalhamos com equipes multidisciplinares, com especialistas em várias áreas. É essa diversidade e uma integração cada vez maior entre nossas linhas de serviços que permitem viabilizar projetos como o da utilização de drones nas auditorias e as outras inovações que fazemos na área de consultoria.

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