Diante da percepção de que o arcabouço fiscal do ministro Haddad é insuficiente para reverter a trajetória explosiva da dívida pública, a taxa real de juros de longo prazo disparou, juntamente com os ataques de Lula ao Banco Central. O clima de impasse só será alterado quando houver uma clara percepção de que o atual déficit primário (incluindo precatórios) de 1,5% do PIB será transformado num superávit estrutural de 2%. Existem medidas, envolvendo eliminação de isenções tributárias injustificáveis, assim como reformulação das regras de acesso aos benefícios assistenciais, capazes de alcançar essa meta.
Pedro Cavalcanti e Renato Fragelli são professores da EPGE Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV-EPGE)