Exportações da Alemanha para China caem 14% em maio à medida que tensões comerciais aumentam

As exportações alemãs para a China em maio sofreram uma de suas maiores quedas, refletindo a relação comercial vacilante entre os dois países, informou hoje o escritório nacional de estatísticas alemão, o Destatis. Enquanto isso, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, chega a Pequim para acalmar a disputa comercial com a União Europeia (UE).

Segundo o Destatis, as exportações da Alemanha para a China caíram 14%, para 7,5 bilhões de euros em maio, em comparação ao ano anterior, ressaltando como uma fonte de crescimento importante para a maior economia da Europa se tornou uma fonte de vulnerabilidade.

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A queda nas exportações alemãs para a China compensou um aumento de 4,1% nas remessas do país para os Estados Unidos, que assume como seu maior mercado de exportação, e levou a uma queda geral de 6,4% nas exportações para países fora da UE.

O declínio foi anunciado enquanto o ministro da Economia alemão inicia sua visita de três dias à China para conversas com seus principais líderes. Ele é o primeiro alto funcionário europeu a visitar a China desde que a UE anunciou, no início deste mês, seu plano de impor tarifas de até 48% sobre os veículos elétricos chineses, no qual a Alemanha foi contra.

Habeck busca acalmar a disputa comercial entre Pequim e o bloco europeu, temendo que a vasta indústria automobilística da Alemanha, que depende fortemente do mercado chinês, a torne particularmente vulnerável a qualquer medida retaliatória por parte da China.

Segundo o ministro, como uma das principais economias da Europa e seu maior produtor de automóveis, a Alemanha está em uma "situação especial" nas atuais tensões comerciais.

"Decidi incentivar os chineses a discutir isso conosco, para não simplesmente deixar as coisas seguirem seu curso e escalarem", acrescentou ao falar com jornalistas antes de embarcar em um voo para a China a partir da Coreia do Sul.

No entanto, Habeck minimizou as chances de sua visita resolver a disputa comercial. "Não há chance de o conflito ser resolvido na China. Espero que seja possível estabelecer formatos orientados para a solução no futuro próximo. Se minha viagem puder contribuir para isso, seria bom", completou.

A mídia estatal chinesa retratou a visita do funcionário alemão como um sinal da "atitude aberta da China e de alguns políticos na UE em buscar diálogo e cooperação".

"Espera-se que a visita de Habeck possa levar a discussões mais produtivas sobre questões econômicas e comerciais, particularmente no campo dos veículos elétricos, e infundir nova energia no desenvolvimento contínuo das relações econômicas e comerciais China-UE", escreveu o jornal estatal “Global Times” em um editorial.