Inovação
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Por Roseli Loturco, para o Valor


O ritmo de transformações no setor financeiro trouxe novos entrantes para o centro de um jogo que é cada vez mais tecnológico. E isso leva a uma maior atenção às oportunidades de investimento em produtos e serviços mais sustentáveis e também complementares. Entre os exemplos dessa tendência, meios de pagamento, cartões, adquirência e programas de recompensa, de benefícios e de incentivos caminham mais próximos do cronograma regulatório do Banco Central (BC), que exige velocidade na adoção de inovações que acompanhem as novas demandas do consumidor.

O ranking do setor de serviços financeiros do anuário Valor Inovação Brasil reflete essa maior diversidade. A inovação entre as cinco empresas líderes no segmento tem em comum um ambiente cada vez mais aberto de negociação. As fases 4 e 5 do open finance criam condições para que o cliente compartilhe seus dados, caso queira, e negocie produtos e serviços onde quer que esteja.

A mais nova solução da Cielo avança na possibilidade de transformar o celular em maquininha de pagamentos. Batizado de Cielo Tap, o dispositivo permite que o consumidor aproxime seu cartão de débito ou crédito, smartphone e outros dispositivos dotados com a tecnologia de aproximação (NFC) a um celular (também com a tecnologia NFC) para realizar pagamentos.

Dessa forma, a ferramenta “tap on phone” dispensa a necessidade de uma maquininha para o empreendedor receber pagamentos. “A solução está completamente alinhada com o propósito da Cielo de simplificar e impulsionar os negócios”, diz Estanislau Bassols, presidente da empresa.

O executivo explica que o lançamento, feito em maio deste ano, segue o propósito de desmaterializar a POS (maquininha no ponto de venda), com as opções de pagamento via Pix ou link de pagamento, que pode ser iniciado no celular sem a necessidade de outro equipamento. Já são cem mil estabelecimentos com a operacionalidade disponível. “E vamos crescendo de forma controlada para acompanhar caso tenha qualquer tipo de imprevisto. Já passamos da fase de teste, mas, como é tecnologia nova, prezamos pela boa experiência do consumidor”, observa Bassols.

Outro lançamento foi o pagamento usando o WhatsApp, tanto de pessoas para pessoa (P2P) quanto de pessoa para estabelecimentos (P2M). Na segunda opção, no WhatsApp é possível encontrar um catálogo de produtos do estabelecimento, fazer a escolha e o pagamento no ambiente da rede social.

O formato P2M do produto foi lançado em abril deste ano e é resultado de parceria com a Meta, dona do WhatsApp. Uma outra ação da companhia busca, com o uso da tecnologia, antecipar possíveis problemas que o usuário possa vir a ter com o POS. Com o uso de dados, dá para visualizar, por exemplo, quando a bateria da maquininha vai ter um problema. “Sabendo disso, a gente troca antes. Neste semestre, essa ação nos levou ao menor índice de quebra de máquinas da história”, conta o presidente da Cielo.

Ferramenta da Cielo aposenta a maquinha e utiliza o celular para realizar pagamentos no comércio — Foto: Divulgação
Ferramenta da Cielo aposenta a maquinha e utiliza o celular para realizar pagamentos no comércio — Foto: Divulgação

Para não ficar para trás, em 2022 a Edenred investiu globalmente 400 milhões de euros em tecnologia e inovação e deve colocar a mesma cifra na mesa neste ano. O Brasil é um dos maiores mercados da empresa e deve receber a maior fatia desse aporte. A companhia informa que desde 2013 juntou todos os times para falar sobre inovação e fazer com que o tema engajasse os colaboradores.

Além disso, desde 2017, existe a possibilidade de interagir com outros ecossistemas de startups por meio de inovação aberta. “Temos quase cem empresas em incubação com as quais convivemos de perto. Fizemos pilotos para ver como trabalhar produtos, organizações, processos. Envolvemos os colaboradores em todas essas empresas e criamos, em 2020, o La Fabrique”, conta Gilles Coccoli, presidente da Edenred Brasil.

O La Fabrique é uma incubadora e espaço de inovação, que fica na Vila Leopoldina, zona oeste da capital paulista, e que tem como missão acelerar empresas e startups, além de incentivar o desenvolvimento de projetos de tecnologia.

A empresa diz investir no aprimoramento de sua estrutura de atendimento com o uso de inteligência artificial (IA), a EVA, que no Brasil atende a três linhas de negócios: benefícios e engajamento, com a marca Ticket; mobilidade, com as marcas Ticket Log e Repom; e soluções de pagamentos e novos mercados, com Edenred Pay e Punto. “A IA extrai dados e decisão dos gestores e os usa na jornada dos estabelecimentos com os nossos produtos”, afirma Coccoli. São mais de 6,6 milhões de atendimentos pela EVA em todos os canais em quatro anos. Com a evolução que passou, já consegue resolver cerca de 90% dos casos que atende.

Gilles Coccoli, da Edenred: incubadora já conta com cem empresas e trabalhos em conjunto — Foto: Divulgação
Gilles Coccoli, da Edenred: incubadora já conta com cem empresas e trabalhos em conjunto — Foto: Divulgação

Remanescente da Visa Vale, a Alelo, rebatizada assim em 2011, adota alguns mantras quando o assunto é inovação. O que é novo deve ser construído com critérios de segurança cibernética para que tudo, do desenho da solução ao software, embarque em um pacote de segurança antes de entrar no mercado.

Nesse sentido, a empresa tem um olhar cauteloso para o uso da inteligência artificial generativa (IAG). “É um grande desafio para que esta tecnologia seja desenvolvida com respeito aos dados e isso passa pela governança das companhias”, diz Coccoli.

“O setor financeiro tem esse grau alto de governança e acaba guiando essas práticas”, observa Márcio Alencar, diretor de estratégia digital, marketing e negócios da Alelo, que tem como principais acionistas o Banco do Brasil e o Bradesco.

Para ele, os controladores das companhias devem ter olhar crítico para evitar que algo bom não se torne dano de imagem, ou algo ruim. “E os criminosos também podem usar a tecnologia para seu usufruto. O sistema financeiro do Brasil é robusto e cauteloso com as novas tecnologias, porque, no final, a segurança é que é o seu principal eixo”, afirma Alencar.

Para ele, vencida a questão da segurança, é preciso surpreender, simplificar, ser eficiente e causar impacto positivo. E isso está conectado à cultura da centralidade com o cliente. “Porque o mercado é muito dinâmico. Temos que ter movimento de liderança e estamos criando condições para isso”, conta Alencar. Ele entende a diversificação de soluções como um caminho possível.

Dessa forma, a empresa surpreendeu ao lançar o Hibigode, solução para os clientes da Alelo donos de pets. O aplicativo (app) foi desenvolvido em 90 dias e é um assessor digital, que lembra o tutor sobre comida, água, hora de passear, seja por mensagem ou interação direta no app.

“E o que isso tem a ver com a Alelo? Apareceu no radar de tendências e vimos que a dinâmica de relação com os pets é tão importante quanto a relação com os filhos. Se vai se tornar negócio ou produto, não sabemos. Lançamos em setembro de 2022 e, em agosto deste ano, tomaremos uma decisão”, diz Alencar.

Além do foco em segurança, a Sodexo tem acumulado prêmios com suas iniciativas de inovação nos últimos anos e, em 2022, investiu R$ 25 milhões em digitalização e aperfeiçoamento da plataforma, para melhorar a experiência do cliente em seu app. De 2023 a 2025, a previsão é manter o investimento anual de 10% da receita em tecnologia e contratar mil pessoas para trabalhar nas áreas de inovação da empresa. Na agenda da companhia, o uso de blockchain e criptomoedas é prioridade, assim como o novo universo de possibilidades de negócios criado pelo open finance, com diferentes setores agregados. “A visão de finanças incorporadas é conceito que traz integração de serviços financeiros em outras plataformas e ecossistemas de terceiros, com aumento da competição, e em benefícios, onde atuamos, traz a transversalidade para outros setores”, observa Rodrigo Somogyi, diretor de produtos da Sodexo Benefícios e Incentivos.

A partir dessa orientação, em 2021 a empresa lançou o pagamento por aproximação no celular, o NFC. “Fomos a primeira empresa no segmento de benefícios a lançar esse tipo de solução”, conta. Também chegou ao mercado o Lis Chatbot para atendimento, interação e soluções de problemas com os clientes.

Dona de um dos maiores programas de recompensa do país, a Livelo diz que as novas tecnologias têm criado muitas possibilidades de negócios para a empresa. Com mais de 40 milhões de clientes e cerca de 400 parceiros comerciais, o cartão de crédito deixou de ser a única possibilidade de pontuação para recompensas (as antigas milhas, por exemplo).

“Fomos o primeiro programa de recompensa a colocar o Pix em sua jornada de inovação. Você acumula pontos comprando em parceiros comerciais ou no shopping Livelo, de onde endereçamos para as lojas deles. A cada real gasto, ganha dez pontos”, conta Felipe Ávila, diretor de tecnologia da Livelo.

Desde seu lançamento, no fim do ano passado, até junho, o shopping Livelo já registrou cem mil pedidos. Lá, existe a possibilidade de pagar com dinheiro, com pontos ou com os dois – além do Pix. “Se eu acumulei pontos de diversas fontes, posso usá-los no melhor canal. É um produto extremamente inovador para pequenas compras”, diz Ávila. Lançado em novembro de 2022, a quantidade de pessoas que utilizaram o produto “Pagar com Pix” cresceu 172%. Já os pontos resgatados nessas transações tiveram alta de 121%.

Destaques setoriais - Serviços financeiros

  1. Cielo
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