As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política monetária dificultam o trabalho de controle da inflação, disse ontem o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em entrevista ao Valor, ele afirmou que as acusações de suposta falta de independência por sua proximidade com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se baseiam em “factoides” e ignoram a ação concreta de ter aumentado os juros em 2022, ano em que Lula derrotou Jair Bolsonaro. “Quando você tem uma pessoa da importância do presidente questionando aspectos técnicos da decisão do BC, gera um prêmio de risco na frente”, disse Campos Neto. “Essa incerteza maior acaba fazendo com que o nosso trabalho fique mais difícil.”