Entre as que obtiveram licença para o operar no ramo auto figura a Darwin Seguros. Desde seu surgimento, há três anos, já fez duas rodadas de captação de recursos, totalizando R$ 56 milhões. Como os negócios estão crescendo em ritmo acelerado, a busca por mais investimento está prevista para acontecer entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2025.
Segundo Carlos Alberto Souza Barros, co-CEO da empresa, o faturamento do primeiro trimestre deste ano superou o do exercício de 2023 – mais de R$ 25 milhões. A projeção é chegar a dezembro com um montante de R$ 100 milhões.
De olho em um mercado estimado em R$ 60 bilhões em 2024 e com um baixo nível de cobertura, a Darwin consegue oferecer apólices com preço entre 25% e 30% mais baixo que os do mercado, graças ao uso da tecnologia de telemetria. “Conseguimos monitorar o comportamento do motorista via aplicativo, o que nos permite a melhor precificação do seguro com base no perfil de cada um deles”, explica Barros. “Se dirigir bem, o preço de entrada pode cair ainda mais, ficando até 50% mais barato”, acrescenta.
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Diferentemente de outras entrantes, que estão desenvolvendo meios alternativos de distribuição, a Darwin aposta no canal de corretores, que é responsável por 90% da comercialização de apólices no mercado. A ideia é que esses parceiros utilizem a tecnologia para lidar com as demandas da burocracia e tenham mais tempo livre para vender não apenas seguros, mas também outros produtos financeiros, e ampliar a carteira de clientes.
A LTI Seguros já se prepara para deixar o sandbox. O motivo é o plano de realizar IPO (sigla em inglês de oferta pública inicial) a médio e longo prazos. Esse novo salto em sua curta trajetória é amparado pelos bons resultados obtidos até agora no ramo de auto. A base de clientes ativos cresceu dez vezes nos últimos oito meses e todas as projeções para o primeiro trimestre de 2024 foram superadas, diz Quézide Cunha, CEO da seguradora.
A facilidade de contratação e os preços acessíveis são os trunfos da LTI no concorrido ramo auto. As apólices podem ser adquiridas em apenas cinco minutos via aplicativo, a inteligência artificial é utilizada para analisar as fotos dos veículos enviadas pelos próprios segurados e o modelo de pagamento recorrente é atrativo principalmente para o público de renda mais baixa, afirma Cunha. “As pessoas que tentam contratar seguros esbarram na burocracia e no valor”, observa.
Atualmente, 80% da base de segurados da LTI nunca teve acesso a seguros. Para ampliar a operação nessa faixa do mercado, a seguradora conta com uma rede de dois mil agentes de vendas ativos e outros três mil em fase de capacitação. Os planos, entretanto, são consolidar outros dois canais de distribuição de seguros a partir de maio: a venda direta digital e por meio de um time interno formado por 100 a 200 vendedores.
A Iza Seguros surgiu em 2021 com a proposta de oferecer coberturas para acidentes pessoais. O público na mira da empresa é formado por profissionais autônomos que precisam de seguro durante o exercício da atividade profissional. Nessa categoria estão entregadores de aplicativos, caminhoneiros e professores, além de diaristas – a seguradora tem contrato com a plataforma Mary Help, que gerencia prestadores de serviços em residências e empresas.
A comodidade é um dos grandes apelos na operação desse modelo de seguro intermitente. Em vez de reembolso, a seguradora antecipa o pagamento, via Pix, das despesas médicas e hospitalares do segurado, conta Gabriel de Ségur, CEO da Iza Seguros. Outra vantagem é a agilidade do pagamento do sinistro, que baixou de 24 horas para apenas 19 minutos. “Tudo é feito por WhatsApp ou aplicativo da Iza”, ressalta.
De acordo com o executivo da Iza Seguros, em apenas 18 meses de atividade, a seguradora alcançou o número máximo de clientes exigidos pelo sandbox (70 mil). Atualmente, a carteira soma 700 mil segurados, dos quais a maioria (95%) conta pela primeira vez com proteção financeira. Por mês, a seguradora registra 1,2 mil atendimentos e paga uma média de 150 mil sinistros.
A Kakau Seguros enxerga no sandbox a oportunidade de se tornar uma seguradora digital. No momento, oferece seguros para bicicletas, celulares e tablets. Mas tem a intenção de expandir o portfólio de ofertas quando deixar o ambiente de testes da Susep, daqui a um ano e meio. “Temos muito apetite para atuar no ramo vida e no segmento corporativo”, afirma Henrique Volpi, CEO da empresa.
Juntas, as carteiras de bicicleta e celular somam mais de 60 mil clientes. No ano passado, a Kakau Seguros emitiu R$ 2,9 milhões em prêmios, volume que pode chegar a R$ 8 milhões ou mais em 2024, por conta da grande demanda e de negociações entabuladas com redes que comercializam esses dois produtos e com bancos digitais.
O pagamento de indenização ao segurado antes do prazo exigido pela Susep, de no máximo 30 dias, é uma meta perseguida pela Kakau. Mas o executivo da seguradora salienta que a empresa não tem a abordagem de fazer o pagamento em poucos minutos, como outras startups. “Achamos que isso atrai fraude”, diz.
Todo esse movimento se materializa na oferta de novas modalidades de seguro, coberturas diferenciadas, promessa de agilidade no pagamento de indenização securitária e inovação tecnológica.