Fundos de infraestrutura dão acesso à indústria bilionária

Classe de ativos alternativos, que inclui desde projetos de saneamento a ferrovias, atende a quem tem como estratégia obter renda e ganho de capital

Por Vinci Partners


Fundos de infraestrutura dão acesso à indústria bilionária Getty Images

O programa brasileiro de concessões da área de infraestrutura prevê atrair cerca de R$ 260 bilhões de investimentos privados até o fim de 2022. São projetos de aeroportos, portos, ferrovias, rodovias, mobilidade urbana e saneamento básico. Já a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de base (Abdib) calcula, como mostra pesquisa divulgada em dezembro, que os setores de transporte e saneamento deverão atrair em torno de R$ 160 bilhões de investimentos até 2026. A projeção leva em consideração projetos de concessão e parcerias público-privada (as PPPs) nas esferas federal, estadual e municipal.

Para os investidores, o volume de projetos que o país demanda pode gerar a oportunidade de participar de um movimento bilionário. Uma das formas de aderir a esse mercado é por meio de instrumentos de dívida, tanto através da aquisição de debêntures incentivadas que financiam alguns desses projetos de infraestrutura, como através dos fundos de infraestrutura com perfil de dívida (tanto na forma de FIDC, como de FI-INFRA). Hoje, a B3 conta com nove FI-INFRA listados, disponíveis também para pequenos investidores.

Outra porta de entrada no setor são os FIP-IE (Fundo de Investimento em Participações de Infraestrutura), que tipicamente investem no capital de ativos e/ou empresas que realizam novos projetos de infraestrutura. Segundo normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tanto os FIDCs como os FIP-IE só podem ser adquiridos pelos investidores que possuem patrimônio superior a R$ 1 milhão (os investidores qualificados ou profissionais).

José Guilherme Souza, sócio e head de Investimentos em Infraestrutura da Vinci Partners, a referência em investimentos alternativos no Brasil, explica que os fundos de infraestrutura são adequados tanto para o investidor institucional, como os fundos de pensão e seguradoras, quanto para os investidores do varejo. “O mercado tem desenvolvido produtos que sejam uma alternativa para esse público de varejo e a infraestrutura vai ser uma das classes de ativos candidatas a fazer parte do portfólio de investimentos dos mesmos. A CVM está ciente da importância e das características necessárias para que isso possa mudar”, explica.

A Vinci Partners atua em infraestrutura por meio de participações societárias de controle total ou compartilhado em ativos e empresas dos setores de energia elétrica, logística e transportes e água e saneamento básico. A experiência no segmento inclui tanto a implantação de projetos greenfield quanto a aquisição de ativos brownfield.

No contexto desses investimentos estão tanto as infraestruturas econômicas, como estradas, portos, aeroportos, usinas de geração de energia e linhas de transmissão de energia, quanto as infraestruturas sociais, tais como ativos de água e saneamento básico, equipamentos para educação, saúde e iluminação pública.

“São ativos com prazo longo de maturação e que oferecem um ótimo grau de proteção. As receitas desses ativos são protegidas contra inflação, já que no caso dos serviços públicos, no geral, é aplicada a correção anual pela inflação do ano”, diz o sócio da Vinci Partners.

No geral, acrescenta o executivo, as empresas de infraestrutura são boas pagadores de dividendos e têm pouca correlação com variações no crescimento econômico, ou seja, são bastante resilientes mesmo em situações como a que estamos agora. Além disso, como são investimentos de longo prazo, qualquer ruído econômico ou político acaba por ser diluído com o tempo.

A necessidade de recursos para projetos de infraestrutura é muito grande. Na avaliação de José Guilherme, o Brasil tem feito um bom trabalho na tentativa de atrair o capital privado para suprir o gap existente para execução desses investimentos, com melhorias na governança, na regulação e no planejamento e elaboração dos projetos.

Hoje, avalia, o país está mais bem preparado do que no passado para atrair capital. “A grande massa de capital disponível para investimentos em infraestrutura está lá fora. No entanto, disputamos esse capital com outros países do mundo, e da américa latina em particular, e ficamos para trás no interesse desses investidores por algumas razões, tais como não fazermos parte da OCDE, e por termos perdido o selo de investment grade. Desta forma, passa a ser cada vez mais importante a atração do capital privado brasileiro, principalmente através dos fundos de pensão, seguradoras, resseguradoras, que tipicamente investem neste setor no mundo todo.”

Sobre a rentabilidade dos ativos de infraestrutura, Souza define: estão no meio do caminho entre produtos de renda fixa e renda variável. “Eles trazem menos risco do que renda variável, mais previsibilidade, proteção contra a inflação e pouca variabilidade nos seus fluxos de caixa, com retornos maiores que os da renda fixa e condizentes com este perfil de risco. Para o investidor, os fundos de infraestrutura podem atender tanto a estratégia de renda quanto uma de ganho de capital.

Outra característica que torna os investimentos em infraestrutura atraentes, principalmente para os investidores pessoas físicas, é a tributação. No caso do FIP-IE, há isenção de Imposto de Renda tanto na distribuição de rendimentos, como também para o ganho de capital para pessoas físicas. “É uma estrutura otimizada do ponto de vista fiscal, por isso tem atraído um público investidor que encara essa vantagem como um grande valor”, diz o executivo da Vinci Partners.

A vantagem tributária, no entanto, poderia ser estendida aos investidores não qualificados, com menos recursos para investir. “É uma característica subaproveitada porque nem todo universo de investidores pode se beneficiar da isenção, dado que apenas investidores qualificados e profissionais podem investir neste produto (FIP-IE). Por isso, a tendência é que a CVM permita que investidores de varejo possam ter acesso à esta classe de ativos no futuro.”

Investimentos em ativos e projetos de infraestrutura demandam experiência de quem já está neste mercado há muito tempo. Afinal, é preciso conhecimento desde a escolha do ativo (e suas potenciais expansões), passando pela forma como se vai financiar o mesmo, a forma de contratação da construção, até a estratégia de entrada em operação. A tomada de decisão ao longo do processo é fundamental para uma maior geração de resultados.

Foi o que aconteceu, por exemplo, em um projeto de linha de transmissão de energia da Vinci Partners que hoje se encontra em fase de desinvestimento. Nesse caso, a Vinci ganhou a concessão, estruturou e construiu o ativo, colocou em operação e agora já está na fase de venda. Em quatro anos (um período pequeno quando se trata de um investimento em infraestrutura), o retorno para o investidor vai chegar a quase quatro vezes o capital investido, o que não é típico para um ativo de infraestrutura com risco tão baixo.

“São janelas de oportunidade que só uma equipe experiente e que trabalha há muito tempo junto consegue identificar. Por esse motivo, a escolha da gestora ao se aplicar um investimento é fundamental. É necessário analisar há quanto tempo o time trabalha junto, quantos ciclos completos de investimento/desinvestimento já realizou, se já passou por momentos de ciclos negativos na economia, o track record e o histórico consistente de resultados positivos do time.”, destaca José Guilherme.

Conheça mais sobre a área de Infraestrutura da Vinci Partners em vincipartners.com/negocios/infraestrutura e vincienergia.com.br.

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