Polícia abre fogo contra manifestante que tentavam invadir o Parlamento no Quênia

População protesta contra um projeto de lei que impõe novos impostos no país

Por Valor — São Paulo


Manifestantes se dispersam enquanto a polícia dispara jatos de água no centro de Nairóbi, Quênia (AP/Brian Inganga)

A polícia abriu fogo hoje contra manifestantes que tentavam invadir o Parlamento do Quênia, à medida que a população se revolta contra um projeto de lei que impõe novos impostos no país. Segundo agências de notícias internacionais, cerca de 10 pessoas morreram no confronto, com relatos de corpos de pelo menos 5 manifestantes do lado de fora.

Os manifestantes, muitos deles jovens, quebraram a barreira policial para entrar no Parlamento logo após os legisladores votarem pela aprovação do projeto de lei. A polícia abriu fogo depois que gás lacrimogêneo e canhões de água falharam em dispersar as multidões.

Os parlamentares fugiram através de um túnel, mas os manifestantes permitiram que legisladores da oposição, que votaram contra o projeto de lei, saíssem do prédio cercado.

Manifestantes carregam o corpo de um homem que foi baleado durante um protesto contra aumentos de impostos propostos em um projeto de lei financeira no centro de Nairóbi, Quênia — Foto: (AP Photo/Andrew Kasuku)

Segundo a “Associated Press” (AP), a polícia também disparou munição real e lançou latas de gás lacrimogêneo contra manifestantes que procuraram tratamento em uma tenda médica montada em uma igreja perto do complexo parlamentar.

O escritório do governador de Nairóbi, membro do partido no poder, também pegou fogo brevemente perto do Parlamento. Canhões de água da polícia foram usados para extinguir o incêndio.

Protestos e confrontos também ocorreram em outras cidades e regiões do Quênia. Eles se opõem ao aumento de impostos à medida que o país enfrenta uma crise de custo de vida, e muitos também estão pedindo a renúncia do presidente William Ruto.

O projeto de lei visa arrecadar mais US$ 2,7 bilhões em impostos como parte de um esforço para aliviar a dívida, com os pagamentos de juros sozinhos consumindo 37% da receita anual. O próximo passo é enviar a legislação para o presidente assinar. Ele pode devolvê-la aos legisladores se tiver objeções.

O governo já fez concessões, prometendo eliminar novos impostos propostos sobre pão, óleo de cozinha, propriedade de carro e transações financeiras, mas isso não foi suficiente para satisfazer os manifestantes.

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