China: Banco central mantém taxas referenciais de juros estáveis

Por — Pequim


Sede do PBoC, o banco central da China, em Pequim Nelson Ching/Bloomberg

O banco central da China (PBoC) manteve taxas de juros referenciais de sua economia inalteradas na segunda-feira, indicando uma provável manutenção da taxa básica de juros nesta semana.

O PBoC injetou 182 bilhões de yuans (US$ 25,09 bilhões) em liquidez no sistema financeiro por meio de sua linha de crédito de médio prazo (MLF), que cobrará dos bancos uma taxa de juros de 2,5%, inalterada em relação à operação anterior.

O banco central também ofereceu 4 bilhões de yuans em recursos aos bancos a uma taxa de juros de 1,8%, também inalterada em relação à operação anterior, por meio das operações de mercado aberto conhecidas como recompra reversa (repo) de sete dias.

A manutenção da MLF indica que as taxas básicas de juros de empréstimo de referência (LPRs de um e cinco anos) provavelmente serão as mesmas do mês passado. Isso porque os bancos estabelecem as taxas de empréstimos usando a MLF).

O PBOC divulgará as LPRs na quinta-feira.

O anúncio desta segunda-feira veio depois que dados oficiais divulgados na semana passada mostraram que os bancos chineses emitiram uma quantidade menor do que o esperado de empréstimos em maio, sinalizando uma fraqueza contínua da demanda por crédito de famílias e empresas chinesas em razão de uma prolongada crise imobiliária no país.

A manutenção da MLF era amplamente esperada, pois as margens de lucro estreitas dos bancos chineses alimentaram preocupações sobre a estabilidade do setor financeiro. Alguns economistas dizem que um corte na taxa básica de juros ofereceria benefícios limitados num momento de demanda morna por empréstimos de forma geral.

A moeda chinesa (yuan) enfraquecida, bem como uma grande lacuna entre os rendimentos oferecidos na China e nos Estados Unidos, continuam a limitar as opções de Pequim, dizem os economistas.

Ainda assim, os economistas esperam que Pequim afrouxe sua política monetária no segundo semestre do ano para dar melhor suporte à economia, empregando ferramentas como redução das tLPRs e diminuição do percentual de depósitos que os bancos têm que deixar custodiados no PBoC, o chamado compulsório dos bancos.

Com todas as restrições da política monetária em jogo, a política fiscal tem sido amplamente solicitada a desempenhar um papel de liderança no sustento da economia chinesa este ano. "Em termos de suporte de políticas, vemos uma mudança contínua na política governamental de flexibilização monetária para estímulo fiscal para impulsionar a demanda doméstica", disse Serena Zhou, economista sênior da China na Mizuho Securities em Hong Kong, a clientes em uma nota na semana passada.

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