Telefônica reduz prazo para ser ‘net zero’ em carbono

A companhia se propõe a atingir zero de emissões líquidas de carbono em 2035 e não mais em 2040

Por — De São Paulo


Nove anos depois de estabelecer suas primeiras metas voltadas à redução de emissões de gases do efeito estufa, a Telefônica procura engajar seus 1.232 fornecedores num esforço que pretende antecipar em cinco anos o principal desafio ambiental da operadora. A companhia se propõe a atingir zero de emissões líquidas de carbono em 2035 e não mais em 2040, conforme previsto originalmente.

A antecipação é parte de um conjunto de novas metas de ESG (sustentabilidade ambiental, consciência social e governança) que a operadora de telecomunicações anuncia hoje (17) durante evento em São Paulo.

Para chegar ao chamado “net zero”, o equilíbrio entre a quantidade de gases lançada e a removida da atmosfera, a Telefônica precisa alcançar 90% de redução de emissões em toda a cadeia de valor. “Tínhamos só 30% de fornecedores engajados em temas climáticos. Com nosso trabalho ao longo dos últimos anos, levamos isso para 60%”, disse ao Valor o presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara. “E tendo esses 60% do total geral engajados, estamos falando de 80% das emissões”, esclareceu.

Do total de 1.232 fornecedores, pouco mais de 10% (125) são carbono-intensivos. A operadora oferece a seus fornecedores consultoria sobre o tema e auxílio para a elaboração de inventários de emissões de gases de efeito estufa. O objetivo final é que todos assumam compromissos e metas relacionadas ao clima, o que, segundo Gebara, vem acontecendo gradativamente.

Além da nova meta de redução das emissões, a Telefônica estabeleceu outras duas, relacionadas à reciclagem de eletrônicos e ao aumento da diversidade de gênero e raça na sua força de trabalho.

Entre 2006 e 2023, a companhia reciclou 150 toneladas de eletrônicos. E pretende ampliar esse número para 225 toneladas no período que vai deste ano até 2035. Com isso, o total acumulado de eletrônicos reciclados chegaria a 375 toneladas, um aumento de 150% em relação ao período inicial do programa, que foi de 2006 até 2023.

A totalidade dos resíduos coletados volta para a cadeia produtiva sob a forma de matéria-prima, com processo acompanhado por empresa especializada e certificada.

Em termos de diversidade, a Telefônica quer ampliar para mais de 40% o percentual de mulheres em posição de alta liderança até 2035. Hoje, a proporção de mulheres em cargos de diretora ou vice-presidente na companhia é de 32,5%.

Se forem considerados também os cargos gerenciais, a porcentagem de mulheres em vagas de liderança sobe para 37,6%. Nesse caso específico a meta é de 45%, a ser atingida também em 2035. As mulheres representam 45% da força de trabalho da operadora.

A Telefônica estabeleceu ainda o objetivo de ter mais de 40% de pessoas negras em cargos de liderança, e mais de 45% de negros no quadro de colaboradores, até 2035. “Só em 2023 oferecemos no mercado 2.700 vagas afirmativas”, contou Gebara, citando como exemplo posições abertas especificamente para mulheres, negros, pessoas trans ou com deficiência, e profissionais com mais de 50 anos de idade.

Mais recente Próxima Ibram pede que STF impeça municípios de aderir a ações no exterior

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!