Programa imersivo leva alunos à Amazônia

Objetivo é mostrar o impacto de ações estudadas em sala de aula

Por Vívian Soares — De São Paulo


Cinco vezes ao ano, grupos de estudantes brasileiros e estrangeiros viajam à região do Rio Tapajós, na Amazônia, para aprender sobre liderança com povos tradicionais indígenas e ribeirinhos. A experiência imersiva de uma semana é a proposta do programa Sustainable Leadership - The Rainforest Perspective, realizado pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo.

O programa existe desde 2018 e é aberto tanto a estudantes de graduação quanto dos MBAs da FGV e de escolas parceiras. A vice-coordenadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, Fernanda Carreira, explica que a imersão é pensada para que os participantes possam dialogar com saberes tradicionais e ter contato com experiências de liderança distintas. “O objetivo é ter um olhar crítico e desconstruído sobre a liderança ‘mainstream’ do mundo corporativo. Quando se fala em ESG, é importante viver a experiência do território, ver o impacto de ações estudadas em sala de aula”, diz Carreira. Segundo ela, a experiência tradicional das escolas de negócio, que replica conhecimento sobre sustentabilidade no contexto de mercado, é importante, mas insuficiente para o desafio que os líderes de hoje precisam enfrentar. “O programa pretende despertar nos participantes a necessidade de sair do contexto de replicar ou gerar melhorias incrementais, e começar a criar soluções novas, disruptivas”, explica.

O Sustainable Leadership - The Rainforest Perspective reúne participantes de 32 escolas de negócios da Global Network for Advanced Management, uma rede internacional com instituições de diferentes países, entre elas Berkeley, Yale e Oxford. “A mudança na perspectiva dos participantes é visível e emocionante. Há depoimentos de pessoas que decidem mudar de carreira, outras que querem transformar completamente sua maneira de liderar”, conta Carreira.

Segundo ela, mais estudantes na etapa da graduação vêm sendo envolvidos no programa, uma consequência natural do próprio interesse dos jovens por temas ESG. “Fazemos um grande esforço para incluir mais disciplinas obrigatórias, oferta variada de temas e saídas a campo nas graduações, para que cheguem ao mercado com esse olhar treinado nos desafios da sustentabilidade”, explica. A boa notícia, segundo ela, é o crescente número de estudantes que ingressam na etapa de graduação com essa bagagem construída já no ensino médio, com conhecimentos já assentados sobre temas como as ODS e as mudanças climáticas.

Programa pretende despertar nos participantes a necessidade de sair do contexto de replicar ou gerar melhorias incrementais, e começar a criar soluções novas — Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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