Matérias-primas sobem 5,51% em junho, indica BC

No ano, aumento das commodities supera inflação em mais de 19%

Por — De Brasília


O preço das matérias-primas com influência sobre a inflação subiu 19,34% no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Índice de Commodities Brasil (IC-Br), publicado pelo Banco Central nesta quarta-feira, 10. Apenas em junho, a alta foi de 5,51%.

O IC-Br é construído com base nos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais. Seu equivalente internacional, o Commodity Research Bureau (CRB), subiu 15,88% no acumulado do ano e 4,64% em junho.

As commodities metálicas foram as que registraram o maior aumento do índice no ano, chegando a 30%. O cálculo considera alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata.

Mônica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart XP, destaca a alta no ouro e cobre. Ela aponta que houve um aumento da poupança em ouro principalmente no mercado asiático. Já o cobre, segundo Araújo, tem impacto do crescimento do uso da inteligência artificial, por ser um bom condutor e diminuir o gasto de energia.

Além disso, o cobre costuma acompanhar a variação da atividade econômica e pode ter sido afetado pelas expectativas de corte de juros nos países desenvolvidos.

Já as commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau) registraram alta de 17,16% no ano e 7,78% no segundo trimestre. De acordo com o RTI, a alta no trimestre teve impacto, principalmente, da seca na Rússia, que afetou o trigo, da quebra de safra no Brasil, com impacto no suco de laranja, da seca do Vietnã, que impactou o café, e das chuvas excessivas na Costa do Marfim, que afetou o cacau.

As commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão), por sua vez, tiveram alta de 17,96% no acumulado do ano, 6,05% em junho e 11,50% no trimestre. Segundo o Relatório de Inflação, o resultado do trimestre teve contribuição “importante da forte alta do gás natural” por conta do aumento de demanda nos Estados Unidos.

Para o restante do ano, Thiago Lourenço, economista da Manchester Investimentos, destaca que em termos de preços e commodities um ponto de atenção é o comportamento da política global de juros.

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