Com a melhor receita líquida de sua história - R$ 82,4 bilhões - e o segundo melhor Ebitda ajustado anual, de R$ 21,5 bilhões, em 2022, o Grupo Gerdau foi eleito Empresa de Valor 2023 entre as líderes setoriais do Valor 1000. O grupo está em sua quinta geração, representada por Claudio e Guilherme, tetranetos do fundador da empresa, Joahann Heinrich Kaspar Gerdau.
A tradição familiar não impediu que, em 2018, a empresa inovasse culturalmente para fazer de Gustavo Werneck da Cunha, com extensa carreira no grupo, o primeiro CEO de fora que não tem o sobrenome do fundador. Com a nova geração abrigada no Conselho de Administração, a Gerdau consolidou sua presença no mercado norte-americano, hoje a principal fatia do negócio global do grupo.
“Temos avançado na geração de valor aos nossos clientes, uma vez que deixamos de vender apenas uma commodity para oferecer produtos e serviços em aço de maneira integrada”, afirma Werneck. Além de distribuidora própria, com mais de 75 lojas no país para serviços de corte e dobra diretamente para obras do cliente, a digitalização oferece canais para consumidores 24 x 7.
Uma das maiores multinacionais do país, a Gerdau colocou-se na liderança da oferta de aço na América Latina. Entre coligadas e controladas, tem unidades na Argentina, Peru, Colômbia, Chile, Uruguai, México e República Dominicana, além das brasileiras. Ao todo, o grupo tem duas minas de ferro e 32 unidades fabris.
Os números do primeiro semestre de 2023 - receita de R$ 37,1 bilhões e lucro líquido de R$ 4,5 bilhões - ficaram aquém do recorde de 2022, sobretudo porque no segundo trimestre houve um desembolso considerável com a concentração de pagamentos de tributos e vencimentos de ADRs, justamente quando o mercado mundial de aço encolheu.
As previsões para o segundo semestre, com a queda dos juros e a aprovação da reforma tributária, são de mudança para melhor no cenário. Os investimentos alcançam R$ 2,18 bilhões. Para o triênio de 2023 a 2026 mais R$ 3,2 bilhões em aportes foram confirmados para a mina de Miguel Burnier, em Minas Gerais, cuja capacidade, após a expansão e ajuste a novos parâmetros de sustentabilidade, passará para 5,5 milhões de toneladas ao ano.
Werneck, porém, enfatiza um contraponto: a necessidade da evolução sistêmica de competitividade para a indústria brasileira, que no ano passado enfrentou um custo Brasil de R$ 1,7 trilhão, correspondente a 19,5% do PIB, segundo dados do Movimento Brasil Competitivo (MBC). E o consumo de aço, que é um importante indicador para o PIB, está estagnado em 108,6 kg por habitante (2022).
“Outro desafio que enxergo como relevante é a questão de atração e retenção de talentos. A Gerdau, nos últimos anos, passou por uma jornada de transformação cultural, tornando-se mais simples, ágil, inovadora, diversa e inclusiva, focada em pessoas que querem construir conosco um futuro cada vez mais sustentável, em todas as dimensões”, aponta.
O Valor 1000 tem patrocínio de: Fiesp, Sesi, Senai, CNI, FGV Educação Executiva, Ambipar, Febraban, Atvos, TIM como 5G oficial; parceria da Serasa Experian e FGV; apoio de CNP Seguradora e Grupo Carnaúba; Azul, como companhia aérea oficial e BMW como carro oficial.