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Por , Valor — São Paulo

A concentração de riqueza aumentou 16,8% no Brasil nos últimos 15 anos e o país já ocupa o terceiro lugar no ranking de maior desigualdade entre 56 nações, atrás apenas de Rússia e África do Sul, indica o mais recente relatório de riqueza mundial, o “Global Wealth Report 2024”, elaborado pelo UBS e divulgado nesta quarta-feira. O banco suíço utiliza o “índice de Gini” como medida para calcular o tamanho do abismo entre os mais ricos e os pobres. No caso brasileiro, o coeficiente saiu de 70 para 81, em uma escala na qual quanto mais perto de 100 mais desigual.

Ao mesmo tempo, o estudo do UBS mostra que o Brasil registrou um crescimento da riqueza média por adulto de mais de 375% desde a crise financeira de 2008, quando medida em moeda local. Segundo o levantamento, a taxa é mais que o dobro do crescimento do México, de pouco mais de 150%, e mais do que os 366% da China continental.

Ainda que esse avanço seja uma boa notícia, o crescimento simultâneo da desigualdade indica um cenário de concentração maior de patrimônio no país. Segundo o banco suíço, a percepção de crescimento da riqueza costuma ser ofuscada por alguns fatores, como a citada desigualdade. “Muitas pessoas podem não reconhecer em seu próprio país algumas destas descobertas sobre a riqueza individual”, dizem os pesquisadores. “As pessoas podem sentir que o crescimento ou declínio na riqueza passou por eles sem que percebessem”, acrescentam.

Uma das principais razões para essa situação, avalia o relatório do UBS, está na diferença entre a riqueza média, ou seja, a soma da riqueza dividida pelo número de habitantes, e a mediana, que é o ponto do meio dessa escala. No Brasil, essa relação entre média e mediana alcança mais de cinco vezes. “Isso acontece quando os números são distorcidos para cima por um grupo de riqueza particularmente elevada e concentrada no topo, enquanto a mediana é menos distorcida por esses números extremos.”

Além disso, o estudo revela que o Brasil enfrentou uma redução significativa no ritmo de crescimento da riqueza entre 2010 e 2023. Segundo o banco, fatores como depreciação da moeda local, inflação, queda da produtividade e menor crescimento econômico influenciaram nesse resultado. Enquanto de 2000 a 2010 houve uma expansão de riqueza no Brasil de 384%, com uma média anual de 15%, nos 13 anos seguintes a taxa caiu para 55%, com um ritmo anual de apenas 3%.

Apesar da velocidade menor de expansão, a quantidade de milionários no país deve aumentar em 22% nos próximos quatro anos. Até 2028, o Brasil terá 83 mil novos milionários, em um total de 463.797 indivíduos, considerando a quantidade de pessoas com patrimônio igual ou superior a US$ 1 milhão. Com essa taxa, o Brasil ocupa a 12 posição na lista de maiores crescimentos projetados entre 36 países.

No âmbito global, o relatório indica estar em curso uma grande transferência de riqueza tanto entre casais quanto entre gerações. Conforme o UBS, US$ 83,5 trilhões em riqueza serão transferidos nos próximos 20 anos a 25 anos. “O mundo tem ficado progressivamente mais rico em todos os segmentos”, diz o levantamento de 2024. “No ano passado, a riqueza global se recuperou da queda de 2022. A riqueza está crescendo de forma constante em todo o mundo — embora a velocidades diferentes — com muito poucas exceções.”

O número de milionários está no caminho para continuar crescendo. Conforme o estudo, em 2023, os milionários já representavam 1,5% da população adulta no mundo. Os EUA têm o número mais elevado, com quase 22 milhões de pessoas (ou 38% do total). A China continental ficou em segundo lugar, com pouco mais de seis milhões — o dobro do Reino Unido, em terceiro.

Um dado curioso do estudo é que 14 indivíduos no mundo contam cada um com fortunas de mais de US$ 100 bilhões. Esse grupo, no total, concentra US$ 2 trilhões em riqueza.

Mais recente Próxima Quase um terço dos milionários do mundo estará nos mercados emergentes até 2028, diz UBS

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