Com fôlego reduzido após sete sessões consecutivas de altas, o Ibovespa oscilou próximo à estabilidade durante a maior parte do pregão desta quarta-feira (10) até fechar o dia em leve alta. As ações sensíveis aos juros continuaram subindo, após IPCA abaixo do esperado derrubar as taxas, e os bancos também avançaram, de olho na reforma tributária. Mas a queda de exportadoras, principalmente de commodities metálicas, limitou a performance do índice.
No fim do dia, o índice subiu 0,09%, aos 127.218 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 126.928 pontos, e, na máxima, os 127.769 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,03 bilhões no Ibovespa e R$ 20,02 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 1,02%, aos 5.633 pontos, Dow Jones fechou em alta de 1,09%, aos 39.721 pontos e Nasdaq teve ganhos de 1,18%, aos 18.647 pontos.
A leitura abaixo do consenso do IPCA de junho provocou fechamento expressivo da curva de juros, hoje, o que voltou a impulsionar ações ligadas à economia local, ainda que com intensidade limitada pelos ganhos acumulados pelo Ibovespa nas últimas sessões. LWSA ON subiu 3,56%, EZTec ON teve alta de 3,19% e Rumo ON subiu 2,66%.
"Trata-se de uma recuperação mais técnica por ora, um respiro, até porque a bolsa estava muito descontada. Mas, para termos um movimento mais sustentado de alta, o mercado quer ver se a mudança de discurso do governo vai se efetivar em medidas de corte de gastos", diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. "O cenário externo melhorou, tanto nos dados, como nos discursos do Federal Reserve (Fed). Agora a melhora local também precisa se materializar."
Ainda no campo positivo, e com peso importante no Ibovespa, apareceram os grandes bancos: Itaú PN subiu 1,06%, Bradesco PN teve alta de 1,69% e Banco do Brasil ON teve ganhos de 1,56%. Agentes afirmam que possíveis alterações da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), no âmbito da reforma tributária, podem ter motivado o movimento. "Eu, sinceramente, não acho que a reforma já esteja afetando setorialmente a bolsa, já que falta bastante tempo até a implementação das novas regras. Essa precificação deve ocorrer mais à frente", discorda Mikail.