O Ibovespa voltou a avançar na sessão desta quinta-feira (27), conforme investidores seguiram buscando oportunidades de compra na bolsa depois da sequência negativa das últimas semanas. No ambiente macro, os próximos passos da política monetária local e comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguiram no foco dos agentes.
No fim do dia, o índice subiu 1,36%, aos 124.308 pontos, na máxima intradiária. Nas mínimas intradiárias, tocou os 122.642 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 15,66 bilhões no Ibovespa e R$ 22,12 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,09%, aos 5.482 pontos, Dow Jones fechou em alta de 0,09%, aos 39.164 pontos e Nasdaq teve alta de 0,30%, aos 17.858 pontos.
Mesmo com câmbio e juros pressionados durante boa parte da sessão, ainda de olho nas incertezas locais, o Ibovespa encontrou espaço para continuar corrigindo parte das suas perdas recentes. No fim do dia, elogios do presidente Lula a Gabriel Galípolo e falas sobre possível contenção de gastos coincidiram com o avanço dos ativos locais para suas máximas intradiárias.
Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, opina que o movimento positivo visto nos últimos dias parece mais técnico do que fundamentado, já que os preços estavam bem atrativos e o mercado está leve, com espaço para alocação especulativa por parte de investidores institucionais. Mas também é verdade, diz, que houve algum alívio das incertezas internas, principalmente diante do nível de estresse embutido nos ativos, e por conta da decisão unânime do Copom.
“Acredito que ainda existe exagero nos preços do mercado já que, ao se analisas a curva de juros, temos altas da taxa básica precificadas, e não parece que isso vá ocorrer. Nós vínhamos sendo bem conservadores nas nossas recomendações, mas talvez a gente aumente um pouco o beta das nossas carteiras em julho, ainda que de forma tática. Pode até ser um momento oportuno por conta da temporada de balanços, com as divulgações começando no mês que vem”, diz.
Nessa linha, diz o executivo, quando se divide o Ibovespa entre empresas defensivas e agressivas, o primeiro grupo foi preferência clara de investidores desde o fim de abril, quando as incertezas locais passaram a determinar o rumo dos ativos. Agora, o segundo grupo volta a ganhar algum espaço, ainda que de forma tímida e especulativa. Na sessão, o índice SMLL, mais carregado de teses sensíveis às taxas, subiu 2,21%.
Petrobras ON e PN, por sua vez, subiram 2,02% e 1,67%, respectivamente, em dia de alta do petróleo e após o Bank of America elevar a recomendação do papel para compra. E Suzano ON teve ganhos de 12,18%. A companhia desistiu da oferta pela International Paper (IP), o que fez as ações da companhia brasileira de celulose dispararem.