Finanças
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Por , Valor — São Paulo


O Banco Central vai deixar a porta aberta para decidir sobre os rumos da política monetária nas próximas reuniões de acordo com a evolução do cenário, ressaltou o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, durante live da Warren Investimentos.

Perguntado sobre se a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter os juros em 10,50% ao ano na última reunião representa uma interrupção na queda da Selic ou um fim de ciclo, o dirigente afirmou que "a palavra usada no comunicado foi interrupção, mas, claramente, a gente não quer fazer qualquer tipo de sinalização com compromisso ou ''guidance''".

De acordo com Galípolo, a palavra interrupção "pretende deixar [a porta] aberta para vermos como é que as coisas vão se desdobrar a partir de agora".

Segundo Galípolo, a ata divulgada nesta terça-feira e o comunicado da última reunião do Copom "representam plenamente o que está na minha cabeça". Segundo o dirigente, "a ata é uma reafirmação e uma corroboração da coesão das visões e leituras que a gente tem aqui no BC".

O diretor de política monetária ressaltou novamente não haver a divisão no colegiado que o mercado enxergou na penúltima reunião do comitê. "Vale a pena ressaltar que, a partir do Copom retrasado, quando teve a questão da divisão, passei o tempo falando que o tempo iria jogar a favor do BC e a aparente divergência não era divergência de diagnóstico", disse.

Na penúltima reunião do comitê, cinco diretores votaram por um corte de 0,25 ponto percentual da Selic, enquanto os outros quatro diretores, indicados pelo governo Lula, incluindo Galípolo, votaram por um corte maior, de 0,50 ponto.

"Conforme o tempo for passando, aquela votação ou a representatividade daquela votação vai ficar cada vez menor", acrescentou.

Sobre a questão da ênfase na desancoragem de expectativas de inflação reforçada no último comunicado, Galípolo explicou que o tema já incomodava o BC em reuniões anteriores. "Esse era um tema que já incomodava antes. A gente passou no último ciclo a dar mais ênfase, de desancoragem ou reancoragem parcial para uma visão de desancoragem."

O diretor do BC ressaltou ainda que esse processo trouxe uma discussão sobre se a autoridade estava dando peso excessivo aos resultados da pesquisa de mercado Focus. "Acho que se instaura aí um debate do ponto de vista se estávamos dando peso excessivo ao Focus ou não, mas trata-se mais de uma questão sobre a forma como o BC consome o Focus."

Galípolo reforçou a importância do relatório que ouve agentes de mercado sobre expectativas de diversas variáveis macroeconômicas toda semana. "É uma ferramenta ultrarrelevante como conjunto de informação, para guiar a política monetária, mas o Banco Central na sua institucionalidade sabe como consumir o Focus e, se está dando um peso diferente do que se dava historicamente, se deve a tratar daquilo que estava nos incomodando mais", avaliou.

No momento atual, a desancoragem de expectativas tem progredido mesmo com uma elevação da taxa de juros terminal. "A gente deu bastante ênfase a falar desse tema, que realmente vinha incomodando bastante", afirmou o dirertor.

Galípolo explicou que a desancoragem é apenas um dos temas que fundamentaram a decisão de interromper o ciclo de queda da Selic na última reunião. "A gente teve também uma mudança que é bastante acentuada do ponto de cenário de câmbio", acrescentou.

Galípolo lembrou que, entre o penúltimo encontro e o mais recente do Copom, o cenário para o câmbio saiu de R$ 5,03 para R$ 5,40. "No dia da reunião do Copom, o câmbio estava próximo de R$ 5,47. Então são movimentações relevantes que aconteceram no câmbio, na inflação implícita, na taxa de juros longa e de demonstração de uma economia com um dinamismo mais resiliente", avaliou.

Segundo Galípolo, o mercado de trabalho também representa um fator que o BC observa para a tomada de decisão. "Por diversas métricas, o mercado de trabalho tem demonstrando uma resiliência maior", ressaltou.

Galípolo destacou ainda que cabe ao Banco Central colocar a taxa de juro no patamar restritivo o suficiente para atingir a meta de inflação. O dirigente buscou reforçar a mensagem de que a autoridade apenas persegue a meta estipulada pelo governo vigente.

"Cabe ao poder democraticamente eleito estabelecer qual é a meta de inflação e ao Banco Central cabe colocar a taxa de juros num patamar restritivo o suficiente, pelo tempo que for necessário para se atingir a meta", disse.

Para Galípolo, a autoridade deve reafirmar esse compromisso através de ações e do comunicado. "O que cabe o BC é, tendo aquilo que está à mão dele, reafirmar que na política monetária, nem a política fiscal ou qualquer outra coisa vai ser utilizada como um pretexto para a gente se desviar da percepção de que a autoridade não vai perseguir a meta [de inflação] que foi estabelecida."

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo — Foto: Arthur Menescal/Bloomberg
O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo — Foto: Arthur Menescal/Bloomberg
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