A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que o Banco Central divulga às 8h, e as declarações de membros do colegiado devem ocupar o foco do mercado no início do dia. Agentes buscam analisar as justificativas para a decisão unânime de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano e o tom do documento.
Nas últimas duas sessões, os ativos domésticos têm visto alguma retirada de prêmio de risco, o que pode ser sancionado pela ata do Copom. Caso agentes fiquem com a impressão de uma autoridade monetária mais leniente com a inflação e que possa adotar uma postura menos cautelosa a partir do ano que vem, quando os indicados pelo atual governo já terão maioria, os mercados tendem a reagir negativamente. Por outro lado, se o texto for considerado firme, o alívio observado ontem no mercado local pode continuar nesta terça-feira.
Além da ata, a participação do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, em live da Warren Investimentos será acompanhada atentamente. Ele é um dos favoritos para suceder a Roberto Campos Neto na presidência da autarquia e, apesar da unanimidade na semana passada para manter a taxa Selic estável, a postura do Copom em 2025 ainda preocupa parte do mercado e mantém prêmios de risco elevados nos ativos domésticos.
Às 10h30, a Receita Federal informa a arrecadação federal referente a maio. Como a situação fiscal do país tem sido um dos principais fatores recentes de incerteza, o dado pode mexer nos ativos domésticos, em especial nos vértices intermediários e longos da curva de juros futuros.
Ontem, um ajuste nos prêmios de risco locais ajudou o dólar a cair abaixo de R$ 5,40 e o Ibovespa a recuperar o patamar de 122 mil pontos, além contribuir para uma baixa nas taxas futuras. O cenário internacional também ajudou, com queda nos juros dos Treasuries e desvalorização global do dólar.
A taxa dos títulos do Tesouro americano de dez anos ronda a estabilidade hoje, assim como o índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de moedas fortes. O mercado aguarda importantes dados dos Estados Unidos ao longo da semana, como o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de maio, na sexta-feira, e, na véspera, a leitura final do PIB do país no primeiro trimestre deste ano. Hoje, as falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) ficam no radar dos agentes.