O Banco de Brasília (BRB) registrou lucro recorrente de R$ 200 milhões em 2023, com alta de 24,4% em relação ao ano anterior. A base de clientes cresceu 13,3%, para 7,6 milhões. Agora, o banco entra em uma nova fase de consolidação, após a expansão muito forte nos últimos anos.
A carteira de crédito teve aumento de 17,7%, a R$ 35,8 bilhões. Em pessoa física a alta foi bem menor, de 1,6%, para R$ 18,0 bilhões. A expansão foi puxada pelo crédito pessoal, enquanto o consignado, que responde por R$ 13,7 bilhões, caiu 4,2%. Em pessoa jurídica a expansão foi de 36,5%, a R$ 4,9 bilhões. A inadimplência terminou dezembro em 2,25%, de 2,12% no ano anterior.
“Esse desempenho foi conquistado em meio a um ano desafiador, com instabilidades domésticas e internacionais. Os decisivos investimentos em tecnologia, inovação e expansão feitos pelo banco nos últimos cinco anos têm mostrado excelentes resultados, mas agora estamos entrando em um novo momento, uma fase de consolidação”, diz o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Ele aponta que em cinco anos o banco saiu de 650 mil para 7,6 milhões de clientes; de R$ 15,2 bilhões para R$ 49,3 bilhões em ativo totais; de R$ 9,1 bilhões para R$ 35,8 bilhões em carteira de crédito. “Nós deixamos de ser um banco regional e nos tornamos nacional, mudamos de escala e agora é hora de consolidar essa posição, investir em tecnologia, melhorar processos, ganhar eficiência operacional, desacelerar a expansão das despesas.”
Sobre o resultado de 2023, Costa destaca o aumento de 28,8% na margem financeira, ajudada pela mudança de mix na carteira; o resultado das subsidiárias, como a financeira, a área de seguridade, que bateu R$ 1 bilhão em prêmios, e o segmento de pagamentos; e a receita de prestação de serviços, que saltou 18,9% no ano, reflexo também dos esforços de diversificação.
O Nação BRB Fla, banco digital em parceria com o Flamengo, atingiu 3,5 milhões de contas abertas e 1 milhão de cartões ativados. Na semana passada, o banco divulgou que está reformulando a parceria, com a criação de uma nova empresa, na qual o Flamengo terá uma opção de compra de até 45%. As partes terão três contratos. Os dois primeiros, com duração de 20 anos, tratam sobre essa nova joint-venture e um licenciamento exclusivo da marca para distribuição de produtos e serviços financeiros. O terceiro é um patrocínio tradicional ao time, com validade até 2026.
“Concluímos a negociação com o Flamengo e isso limpa o caminho para que possamos encontrar um novo sócio estratégico para essa operação”, diz o CEO do BRB.
Além disso, em janeiro o banco havia anunciado que contratou BTG, XP e Citi para coordenar uma eventual oferta subsequente de ações (“follow-on”), que no caso do BRB seria mais um “re-IPO”, já que seus papéis têm uma liquidez muito baixa. Segundo Costa, a função do banco é estar pronto para ir a mercado, se e quando a “janela” de oportunidade se abrir. “O cenário mudou um bocado, em função da dinâmica de juros no Brasil e no exterior. Não acho que haverá uma janela no primeiro semestre. Se aparecer, deve ser mais para o fim do segundo semestre”, comenta.
O executivo explica que essa nova injeção de capital seria necessária para que o banco possa entrar em um novo ciclo de crescimento acelerado, após a fase atual de consolidação.