"Não é o sucesso que faz uma pessoa feliz, é uma pessoa feliz que faz sucesso.” A frase dita pela mineira Roberta Vasconcellos serve bem para retratar essa executiva e empreendedora que já teve de mudar mais de uma vez o modelo de negócio até chegar a um bom desfecho com a startup Woba, uma espécie de Airbnb de escritórios. “Amo o que eu faço”, diz. Aos 36 anos, ela é CEO da empresa que criou com o irmão Pedro.
Muito dessa paixão vem do contato com os outros: “Sou uma pessoa voltada às pessoas”. Vasconcellos considera que a marca de sua gestão é ser humanizada. Antes de empreender, a CEO teve várias experiências com carteira assinada, incluindo os trabalhos como vendedora, professora de inglês e gerente de conta em agência de publicidade. Somente em 2009 conheceu o setor de tecnologia, quando entrou para o time da startup Sambatech.
“Uma das primeiras coisas que aprendi no ambiente de negócios foi a importância de cultivar uma rede de relacionamentos de forma genuína, não só porque você é mais feliz no final do dia, mas também porque é uma coisa que me energiza”, afirma. “Essa soft skill, de me relacionar com as pessoas, é uma coisa que eu levo para a vida.”
Depois de três anos e meio na empresa, ela e o irmão decidiram empreender. Primeiro lançaram, em 2015, o aplicativo Tysdo, uma espécie de rede social que ajudava os participantes a cumprir objetivos. Em 2017, lançaram a BeerOrCoffee, uma plataforma que fazia a conexão de pessoas para um café ou uma cerveja para networking. Nos dois casos, pesou contra a dificuldade de obter receita recorrente. “Insistimos que poderíamos criar algo maior até encontrarmos o melhor modelo de negócios, que é a Woba”, conta. A mudança do modelo de negócio ocorreu ainda sob a denominação de BeerOrCoffee – o nome atual só foi adotado em 2022.
“Nosso trunfo é a resiliência, o que é natural, pois quando você empreende há um tempo, você já errou muito e tem que ter resiliência para continuar”, diz. Para a executiva, talento é importante, mas não basta: “Precisa estar aliado a muita dedicação e treino”. Todo esse histórico contribuiu para enfrentar os desafios naturais de quem lança uma empresa, a começar pela validação do modelo de negócios, que veio com a conquista do primeiro cliente.
A plataforma Woba conecta grandes companhias a uma rede de dois mil escritórios cadastrados em 300 cidades do Brasil. Também tem pontos na Cidade do México, Bogotá, Santiago e Lima. Os clientes são empresas que optam por não ter espaços alugados pouco usados e passam a adotar os serviços da Woba. Por meio do aplicativo, um gestor consegue, por exemplo, uma sala para reunir sua equipe, com tudo incluído: internet, telefone, cafezinho, água, projetor. O cliente paga uma taxa pelo uso da tecnologia e compra um pacote pré-pago de créditos para utilizar os espaços.
“Com a troca de um aluguel pela Woba, o cliente economiza de 30% a 50%”, afirma Vasconcellos. O negócio despertou o interesse de fundos, sendo que somente a última de três rodadas de investimentos, em 2022, atraiu US$ 10 milhões. Além disso, a empresa ganhou um sócio: Marco Crespo, ex-CEO da Gympass, que ocupa o cargo de COO. A Woba planeja acelerar sua expansão a partir do próximo ano, aumentando a presença na América Latina e, posteriormente, na Europa e nos Estados Unidos.
Roberta Vasconcellos: Cofundadora e CEO da Woba
Empresas onde trabalhou: SambaTech, Tysdo, BeerOrCoffee
Formação: publicidade e propaganda pela PUC-MG, pós-graduação pela FDC
Matéria predileta na escola: matemática
Me tornei CEO com: 25 anos
No fim de semana gosto de: curtir a família e a minha casa
Café da manhã, almoço ou happy hour: café da manhã
Desligo o celular quando: estou com meu filho
O que salva um dia: gratidão e conversas com pessoas aleatórias
O que acaba com um dia: injustiça e falta de respeito
Os preferidos
Time: Atlético Mineiro
Drinque ou sobremesa: doce de leite e queijo
Livro: Bíblia
Série: “Modern Family”
Hobby: brincar com meu filho