Escrevo este texto no meu primeiro respiro depois de duas semanas de pneumonia do meu filho, com um derrame no pulmão esquerdo - nove dias internado num hospital, mais cinco dias sem sair de casa. Quem já teve um filho internado sabe que isso não é fácil - além do susto, da preocupação, há o cansaço e o resto da vida, que nem sempre para: a filha mais nova, algum trabalho, a casa. Mas, mesmo nos momentos difíceis, a gente procura sempre formas de encontrar alguma leveza. No nosso quarto, éramos quatro crianças e quatro acompanhantes. O que era um pesadelo para mim se revelou uma alegria para o meu filho, que em pouco tempo já estava sendo apontado como futuro primeiro-ministro de Portugal. Por onde vai, ele faz amigos. Adora conversar.