Prática ESG
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Por Lúcia Helena de Camargo — De São Paulo


Fábio Acerbi, da Solar Coca-Cola: garrafas de água com material reciclado — Foto: Divulgação
Fábio Acerbi, da Solar Coca-Cola: garrafas de água com material reciclado — Foto: Divulgação

Indústrias vêm adotando práticas para ampliar o uso de material reciclado. A Solar Coca-Cola, segunda maior fabricante da marca no Brasil (depois da Femsa), pretende, em sete anos, mais do que dobrar o índice de garrafas plásticas feitas a partir de resina reciclada. Desde 2021, todas as garrafas de água de 350 ml e 500 ml envasadas pela companhia já são feitas com 100% de material reciclado, afirma Fábio Acerbi, diretor de relações externas da empresa. A mudança exigiu o cumprimento de barreiras regulatórias e desafios técnicos ligados às embalagens recicladas para produtos alimentícios e bebidas gasosas.

Plásticos representam quase um quarto do total de resíduos sólidos gerados no país. O dado é do relatório Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022. Grande parte desse material acaba indo para o lixo - onde vai demorar centenas de anos para se decompor - ou até mesmo para cursos d’água, terminando nos mares e praias. Para a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), ações voluntárias podem ajudar a mitigar o problema. “Com mais compromissos voluntários, chegaremos à meta de destinação correta de 45% das embalagens em 2040”, diz Paula Pariz, coordenadora de projetos setoriais da entidade.

A Solar Coca-Cola pretende conseguir mais em menos tempo. “Estamos montando uma rede de agregadores para conseguirmos chegar a 2030 com pelo menos metade da produção de garrafas plásticas feitas a partir de resina reciclada, índice que hoje está em 23%”, diz Acerbi. A companhia, que opera 13 fábricas nas regiões Norte e Nordeste, já destinou mais de 10 mil toneladas de plástico PET pós-consumo para a logística reversa, a partir do programa Recicla Solar, criado em 2021 e presente em 28 cidades por meio de parcerias com empresas recicladoras. No primeiro ano, foram investidos R$ 1,5 milhão no programa, e em 2022, outros R$ 2,6 milhões.

Segundo a Abiplast, o uso de resinas recicladas, que foi de 16% em 2021, subiu para 23% em 2022. A resina virgem ainda é usada para produzir no Brasil 6,7 milhões de toneladas de embalagens por ano, enquanto 1 milhão de toneladas são feitas a partir de plástico reciclado de embalagens pós-consumo. “O plástico é um material versátil, usado desde em canetas até foguetes. Para ser mais sustentável, precisamos de organização no setor e regulações justas”, diz Paulo Teixeira, diretor-superintendente da entidade. Das 12,7 mil indústrias da transformação no país, 1.300 estão envolvidas com reciclagem. O faturamento das indústrias do setor de transformação é de R$ 117,5 bilhões anuais, contra R$ 4 bilhões das de reciclagem.

Companhias vêm investindo também no uso das embalagens retornáveis. Em 2022, o mix de retornáveis da Solar Coca-Cola chegou a 29%. As retornáveis plásticas cumprem de 14 a 15 ciclos. “Não conseguimos vender Coca-Cola a granel. Precisamos de garrafas, latas ou - no caso dos post mix - copos”, lembra Acerbi.

Uma das maiores polêmicas em relação a embalagens está no uso de sacolas. A plataforma Menos 1 Lixo estima que os brasileiros levem para a casa, em média, 1,5 milhão de sacolinhas plásticas por hora. Entre os problemas causados por elas estão entupimento de bueiros e intoxicação de animais nos oceanos, que as confundem com comida. Em São Paulo, as sacolas plásticas começaram a ser banidas em 2012, com o fim da distribuição gratuita. Em grande parte das cidades brasileiras hoje só são permitidas sacolas de plástico biodegradáveis ou biocompostáveis, que demoram menos tempo para se decompor.

Apesar das campanhas que visam diminuir seu uso, a produção de sacolinhas não caiu. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), a produção de sacos e sacolas em 2022 foi de 194 mil toneladas em 2022, aumento de 5% sobre 2021. “A sacola plástica é o único tipo de embalagem que transporta mil vezes o seu peso”, defende Rogério Mani, presidente da entidade. Segundo ele, a produção das sacolinhas causa a metade da poluição gerada na fabricação de sacos de papel e gasta menos água do que qualquer outra embalagem. “Trabalhamos para incentivar o consumo consciente e o descarte inteligente das embalagens”, garante.

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