O medicamento Mounjaro (tirzepatida) teve uso aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de diabetes tipo 2 no Brasil. Além dele, o Ozempic (semaglutida) também pode ser usado para tratar a doença.
Afinal, qual a diferença entre os princípios ativos de ambos os medicamentos?
O Ozempic, da farmacêutica Novo Nordisk, é administrado via aplicação semanal. Está disponível no mercado em três doses: 0,25 mg/mL, 0,50 mg/mL e 1 mg/mL.
Seu principal componente, a semaglutida, imita o hormônio GLP-1 que é liberado no intestino em resposta à alimentação. Esse hormônio estimula o corpo a produzir mais insulina, o que reduz a glicose (açúcar) no sangue. Em quantidades maiores, o GLP-1 também interage com as partes do cérebro que reduzem o apetite e sinalizam uma sensação de saciedade.
Além do Ozempic, outros medicamentos usam da semaglutida como componente principal, como os comprimidos Rybelsus e a injeção Wegovy.
O Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, também é administrado via injeção semanal, nas concentrações de 2,5 mg/0,5 mL; 5 mg/0,5 mL; 7,5 mg/0,5 mL; 10 mg/0,5 mL; 12,5mg/0,5 mL e 15mg/0,5 mL.
A substância tirzepatida, principal componente do Mounjaro, atua tanto com o hormônio GLP-1 quanto com outro, também envolvido no controle do açúcar no sangue: o GIP. Esses dois hormônios melhoram a liberação de insulina após as refeições.
Mounjaro demonstrou, em estudos clínicos, ser a medicação com maior potência glicêmica já aprovada até hoje.
"Dentro dos dados da literatura apresentados até o momento, aparenta ser o medicamento mais potente que nós temos tanto para o controle da glicose, como para a redução do peso nesses pacientes", comenta Rodrigo Lamounier, endocrinologista e diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Ambas as substâncias dos dois medicamentos retardam o esvaziamento do estômago, o que faz com que a pessoa se sinta saciada por mais tempo. Além disso, também inibem os sinais de fome emitidos pelo cérebro, o que suprime o apetite. É a partir disso que, em todo o mundo, o uso “off-label” (fora da recomendação da bula) desses medicamentos tem sido praticado, já que a diminuição de apetite contribui para a perda de peso.
Porém, a Anvisa recomenda a indicação de Ozempic e de Mounjaro para o tratamento de diabetes tipo 2. Ainda, o tratamento com esses medicamentos é paralelo à dieta e exercícios para melhorar o controle glicêmico do paciente.
Preços do Mounjaro e do Ozempic
O preço das canetas de Ozempic varia entre R$ 994,03 e R$ 1.308,32 conforme a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de cada estado, de acordo com a tabela da CMED. Cada sistema de aplicação contém quatro doses, para um mês de uso.
Enquanto isso, Mounjaro tem preços que variam de R$ 970,07 a R$ 3.836,61, tanto conforme a alíquota do ICMS estadual correspondente quanto ao nível de dosagem do produto.
ESCLARECIMENTO: a quantidade das dosagens das injeções foram alterados neste texto, apesar de terem sido divulgados assim pela Anvisa, pois é desta forma informada pela farmacêutica Eli Lilly que os consumidores encontrarão o medicamento nas farmácias.