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Por Marco Tulio Zanini

Marco Tulio Zanini é Professor de Gestão Empresarial da FGV. Sócio da Symbállein Consultoria. Especialista em Cultura e Fatores Humanos na Gestão de Riscos


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"Meu time costuma fazer reuniões semanais para falar de entregas e resultados. No entanto, mesmo trabalhando há anos nessa companhia, ainda fico muito tímido na hora de me expressar em voz alta nesses encontros. Sinto que não consigo dizer tudo o que quero e preciso, e tenho a sensação de que as pessoas não me compreendem. Toda vez que vou para uma reunião dessas fico nervoso e saio de lá decepcionado comigo mesmo. Já tentei ensaiar antes, levar anotações, mas parece que nada funciona. O que fazer?" Gerente de contas, 43 anos

Prezado Gerente de Contas,

A habilidade de apresentar suas ideias com clareza e se fazer escutar é fundamental para que a sua contribuição seja conhecida e apreciada numa organização. Muitas pessoas possuem dificuldades de falar em público e de se expressar, outros pecam pela forma como o fazem, portanto o desenvolvimento de habilidades pessoais de comunicação e interlocução é um caminho importante.

Saber apresentar as suas ideias e contribuições no momento certo e com a devida prudência é parte das competências pessoais de quem deseja galgar espaços e oportunidades. Existem vários consultores especializados em desenvolver tais habilidades, e se você identificou essa competência em particular como uma oportunidade a ser desenvolvida, invista nessa direção.

Colunista lembra que a habilidade de se fazer escutar é fundamental para o sucesso profissional e que as lideranças devem saber mediar conversas em grupo — Foto: Pexels
Colunista lembra que a habilidade de se fazer escutar é fundamental para o sucesso profissional e que as lideranças devem saber mediar conversas em grupo — Foto: Pexels

A vida organizacional tem uma dimensão de “palco”, onde escolhemos atuar. O espaço das organizações é também um espaço político, e pessoas são percebidas como relevantes na medida em que conseguem expressar suas ideias oportunamente em momentos adequados, ponderando e mediando os próprios pensamentos e os alheios.

Em geral, atribui-se a qualidade de liderança a pessoas que assim o fazem, pois, liderar é também mediar, ponderar, refletir e apresentar pensamentos que representem soluções e sínteses do que se discute em grupo. A capacidade de ouvir, apreciar ideias, elaborar uma síntese e apresentar sua mediação é valiosa para equipes que buscam desenvolver a habilidade de diálogos construtivos.

O direito de voz e a habilidade de exercê-lo é fundamental para a soma das inteligências e contribuições. Mas, dependendo de como se exercem a mediação e os direitos de comunicação, reuniões podem assumir ‘climas’ bem diferentes.

Em suas reuniões semanais de entregas e resultados, há uma “disputa pelo palco” ou existe a predisposição a uma escuta mais atenta às contribuições dos membros? Reuniões pouco mediadas podem se tornar o palco de disputas políticas onde somente os mais eloquentes conseguem o direito de voz. Tais ambientes geralmente inibem as contribuições de pessoas com perfis mais introvertidos.

Se você faz parte do grupo dos mais introvertidos, a conquista do seu espaço pode se tornar ainda mais penosa. No entanto, se suas reuniões ocorrem em um clima mais acolhedor de escuta às contribuições de todos, sua capacidade de se expressar e contribuir se torna mais fácil.

Independente de qual seja o seu caso, penso que investir no desenvolvimento dessa habilidade lhe trará uma grande satisfação e quem sabe oportunidades. William Shakespeare já disse que a vida é um palco, e que todos os homens e mulheres são atores representando diversos papéis.

Ocupe seu espaço com habilidade e busque viver da melhor essa dimensão da vida. Boa sorte no seu desenvolvimento pessoal!

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Marco Tulio Zanini é professor e coordenador do mestrado executivo em gestão empresarial da FGV e consultor da Symballein.

Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico.

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