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Por Karin Parodi

Karin Parodi é fundadora e CEO da Career Center e membro do board da ACFInternational - Association of Career Firms. Especializada em projetos de Carreira e RH


>> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected]

"Tenho um colega de trabalho que me dá ordens o tempo todo. Reclama da forma como faço as coisas, aponta meus erros com frequência e nunca está satisfeito com minhas entregas. Já reclamei para nosso chefe, mas nada mudou. Além disso, pessoas da equipe já me disseram que o nosso gestor não gosta que traga problemas para ele, apenas soluções. Por conta dessa situação, tenho me sentido frustrado e cada vez mais irritado. O que posso fazer?"

Redator, 34 anos

Um dos maiores desafios é lidar com pessoas tóxicas, seja no trabalho ou em outros ambientes. A diferença é que no trabalho é mais complicado, pois você tem que conviver (não sei até quando) com esse tipo de pessoa. Fora do ambiente de trabalho, você tem a escolha de se afastar e “cancelar” essa pessoa da sua vida.

Lidar com um colega de trabalho tóxico pode ser desafiador, mas é importante manter uma abordagem racional para preservar o seu bem-estar e desempenho. Um estudo de 2020 publicado no "International Journal of Research and Public Health" determinou que um local de trabalho tóxico pode ser prejudicial e levar a estresse, esgotamento, depressão e ansiedade.

Colunista recomenda que leitor converse com o colega e, caso não haja mudanças, procure o líder ou o RH para mediar o problema — Foto: Pexels
Colunista recomenda que leitor converse com o colega e, caso não haja mudanças, procure o líder ou o RH para mediar o problema — Foto: Pexels

Eu iria na raiz do problema dando um feedback sincero para o colega problemático. Marque uma reunião e dê a oportunidade de a pessoa passar a ter consciência do quanto o comportamento dela está te afetando. Leve fatos, dados e exemplos. Apenas pontuo que mudar completamente tantos comportamentos indesejáveis não irá acontecer de um dia para o outro. Não tenha expectativas de profundas mudanças.

Não havendo evolução no curto prazo, parta para a conversa com o seu o líder novamente. Ele precisa urgentemente desenvolver a competência de escuta ativa. Certamente não está te ouvindo com a intenção de compreender o que você diz e ter uma noção mais clara e precisa dos seus pensamentos e sentimentos. Ele está perdendo uma grande oportunidade de exercer seu papel de líder, e passa a mensagem de falta de empatia.

Um líder que não faz gestão de conflitos entre membros da equipe pode enfrentar várias consequências negativas. A gestão de conflitos é uma habilidade essencial para qualquer líder, pois conflitos não resolvidos podem ter impactos significativos no desempenho e no ambiente de trabalho.

Para evitar essas consequências negativas, um líder deve estar disposto a identificar, enfrentar e resolver conflitos envolvendo a equipe. Isso pode ser por meio de reuniões para discutir questões, ouvir todas as partes envolvidas, buscar soluções de compromisso e mediar disputas quando necessário.

Além disso, um líder deve fomentar uma cultura de comunicação aberta e respeitosa para evitar que os conflitos se acumulem e se tornem mais problemáticos. Gosto muito de um escritor que escreve sobre temas difíceis, mas muito comuns nas empresas. Robert Sutton, escreveu vários livros que podem ser interessantes sobre como lidar com a situação atual e futuras que possivelmente você venha a encontrar.

O livro "Como Conviver com Meu Idiota Favorito" oferece um plano de jogo convincente e metódico. Sutton começa com o diagnóstico ― com que tipo específico de idiota você está tendo problemas? - e, a partir daí, fornece estratégias testadas em campo, baseadas em evidências e, às vezes, surpreendentes para lidar com os idiotas, seja evitando-os, desarmando-os, ou desenvolvendo uma armadura psicológica de proteção. O autor também ensina seus leitores a olharem para dentro de si para sufocar seu próprio idiota interior e garantir que eles não façam parte do problema.

Situações como essa irão aparecer na sua vida em algum novo momento. Você sempre encontrará chefes, clientes e colegas com perfis e comportamentos desafiadores, desleais e que não agregam nada. E, para isso, você tem que aprender a se blindar de situações como essa que está vivenciando.

Caso o seu líder realmente não se interesse em ajudá-lo, considere levar o seu caso para a gerência de RH. Certamente, em algum momento, o seu líder deverá enfrentar a situação: quando for aplicada uma pesquisa de clima, avaliação 360º, dados coletados nas entrevistas de desligamento e turnover da área. Com esses dados levantados, ele será questionado e avaliado na sua capacidade de liderar equipes.

E para finalizar, mantenha o foco na sua carreira, considere a possibilidade de buscar novas oportunidades, dentro ou fora da empresa. A sua saúde emocional deve ser preservada e será fundamental para o seu sucesso atual e futuro. Boa sorte.

Karin Parodi é fundadora e CEO da Career Center e membro do board da ACFInternational - Association of Career Firms. Especializada em projetos de Carreira e RH.

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Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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