Divã Executivo
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Por Gilberto Guimarães

Gilberto Guimarães é professor e diretor da GG Consulting. Faz treinamentos sobre gestão de mudanças, desenvolvimento de talentos e liderança positiva.


>> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected]

"Estou próximo da aposentadoria, mas quero continuar trabalhando. No entanto, gostaria de encontrar uma posição que me permitisse ter mais qualidade de vida e tempo para aproveitar com a minha família, mas sem precisar deixar o mercado de trabalho. Por onde devo começar essa busca?" Diretor de vendas, 63 anos

Nesses tempos difíceis, não importa a sua idade e nem há quanto tempo você trabalha. É você que tem que se preocupar com sua evolução profissional. A maioria dos executivos não tem um projeto de vida e de carreira planejado e bem definido. Eles têm algumas ideias, mas normalmente não dedicam tempo suficiente para estruturar uma estratégia e um plano de ação.

Ter um projeto não significa ter uma carreira totalmente formatada. Muito pelo contrário. Na verdade, é ter duas ou três ideias em mente, e estar alerta e atento a riscos e oportunidades para não ser pego de surpresa.

O colunista Gilberto Guimarães lembra que qualquer que seja a idade ou o momento profissional, uma pessoa não pode parar ou dormir sobre os louros de uma vitória, mas que existem diversas oportunidades para profissionais experientes — Foto: Freepik
O colunista Gilberto Guimarães lembra que qualquer que seja a idade ou o momento profissional, uma pessoa não pode parar ou dormir sobre os louros de uma vitória, mas que existem diversas oportunidades para profissionais experientes — Foto: Freepik

Se suas aspirações mudam, seu projeto muda. Pesquisas mostram que entre aqueles profissionais que têm sucesso profissional, 87% sabiam com certeza o que queriam e onde queriam chegar. Essa assertividade sobre o que se quer e se espera do futuro tem peso considerável nas escolhas.

Portanto, para ter sucesso, planeje sua vida e sua carreira, defina aonde você quer estar no futuro, fazendo o que. Uma vez definido o objetivo pode-se definir os caminhos. Para cada profissional, a solução e o trajeto a percorrer são específicos. Não existe uma solução única, e é por isso que é importante realizar o projeto de busca sem critérios pré-estabelecidos. Pode ser visando um emprego análogo ou equivalente ao atual, a criação de uma empresa, uma atuação autônoma ou mesmo uma formação para reconversão de carreira. É pela exposição a este leque amplo de alternativas e possibilidades que nasce a construção realista de um projeto.

O processo de busca por novas oportunidades de trabalho e renda, independente da idade, é complexo, mas, simplificando, podemos ressaltar alguns passos para o sucesso. Antes de mais nada, é importante ter um apoio, um conselheiro especialista, para ajudar a fazer um acompanhamento na montagem do projeto profissional e para estruturar o processo de exposição e de prospecção ativa do mercado, mapeando oportunidades de trabalho com dinamismo, organização e planejamento.

Também é importante fazer um balanço das competências, detalhar realizações, descobrir o que se gosta de fazer, as motivações e a capacidade de resolver problemas. A partir disso, você deve definir o que quer ter, ser e fazer, e estabelecer o que você gosta e sabe fazer; suas preferências e suas competências.

Ter sucesso é poder fazer o que mais gosta, sendo pago por isso, independente da idade e do momento de vida. É importante ressaltar que, nos dias de hoje, a maior parte daqueles que chegam próximo à idade de aposentadoria não têm nenhuma vontade de "tirar o pé". Querem continuar trabalhando produtivamente. E eles têm razão. Os tempos estão mudando, está começando um "papy-boom" no mercado.

Nos últimos anos, a quantidade de sêniores que são contratados tem sido cada vez maior. A batalha para os cargos mais interessantes se mostra cada vez mais difícil. Na verdade, considerando a longevidade saudável dos dias atuais, esses sêniores ainda têm tempo para mais dois ou três cargos importantes na carreira.

Para eles, não foi um percurso fácil. Depois de tantos choques econômicos, tantas crises políticas, globalização, pandemias, e tudo o mais, pode-se dizer que “esse pessoal” viveu e sobreviveu a todas as crises.

Além disso, e para piorar, eles tiveram dificuldades de alcançar o topo, porque a geração anterior envelheceu se agarrando ao cargo, adiando a aposentadoria. Com tudo isso, pode-se dizer que eles têm a “tranquilidade das velhas tropas”, que sabem que sobreviveram e que, portanto, irão sobreviver a qualquer batalha. Sabem fazer o que precisa ser feito. Agora, por conta disso, as empresas começam a olhá-los com um novo olhar.

Existem muitos exemplos de promoção para cargos de gestão e liderança desses "antigos craques experientes". Sem precisar partir para a guerra, os executivos experientes podem mais facilmente assumir posições de risco, se colocar em projetos difíceis, conflitantes, sobretudo aqueles que ninguém quer, muito menos os mais jovens que têm medo de dar um passo em falso.

Os "antigos craques experientes" têm muita estrada e se sentem tranquilos em qualquer tipo de trabalho. Podem, por exemplo, participar de negociações difíceis como, por exemplo, fechar acordos com sindicatos, credores, bancos, fechar usinas, demitir grandes grupos, implantar mudanças, etc.

Mas, não é só isso, existem outras missões menos expostas para essa faixa etária. Eles podem também dar uma virada lenta e suave para cargos menos operacionais e mais estratégicos, pois conhecem bem a casa, as pessoas, as filiais. Para conseguir esses lugares, têm que aceitar fazer certos sacrifícios, como abrir mão de símbolos de poder, status, responsabilidades e, finalmente, aceitar uma progressão financeira mais lenta. Sem problemas para eles. Nessa faixa etária, um profissional experiente, em tese, estará mais desembaraçado de constrangimentos financeiros e familiares, pois os filhos já devem ter partido e constituído novas famílias.

Cada vez mais, as grandes empresas contratam esses profissionais para trabalhos em projetos de duração determinada, começo, meio e fim (Interim Management), com desafios precisos e, frequentemente, com mudanças geográficas e até mesmo internacionais.

As pequenas e médias empresas também são uma grande mina para esses "antigos craques experientes". Pesquisas recentes constataram que as companhias desses portes estão buscando sêniores porque o perfil financeiro e técnico permite que eles sejam extremamente adequados e que aportem muita competência para essas pequenas estruturas. E, a grande maioria deles aceita trabalhar por remuneração variável e até mesmo por um "success fee", o que permite uma perfeita adequação entre necessidades e possibilidades. Além disso, muitos assumem funções de conselheiro consultivo aportando informação e experiência às empresas.

Concluindo: o mundo vive tempos de grandes mudanças e tudo muda muito depressa. As empresas são obrigadas a se reinventarem a cada dois ou três anos. Qualquer que seja a sua idade ou o seu momento profissional, uma pessoa não pode parar ou dormir sobre os louros de uma vitória. O mercado cada vez exige mais competência e experiência.

Gilberto Guimarães é diretor da GG Consulting e professor

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Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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