Carreira
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A definição de sucesso profissional está sendo reescrita. Não estamos mais limitados à tradicional estrada, baseada na formação acadêmica, nas estruturas piramidais de cargos e na progressão linear que uma vez nos conduziu a carreiras previsíveis. Estamos em uma era de carreiras não lineares, onde as oportunidades se expandem em todas as direções e onde a inovação e a adaptabilidade são as chaves para o sucesso.

Do ponto de vista das empresas, a construção de alternativas de carreira não lineares significa um novo formato para dar oportunidades e aproveitar o potencial de contribuição dos funcionários. O modelo tradicional baseado em progressão linear está cada vez mais limitado. Segundo estudo da consultoria global Mercer, os números de níveis hierárquicos caíram de 18 para 8 nos últimos 20 anos. A necessidade de aumentar eficiência fez com que estruturas fossem achatadas gerando menos opções de crescimento tradicional.

Além disso, os dados mostram que o principal fator para perda de talentos é a falta de desenvolvimento profissional. Estudo do LinkedIn mostrou que para 61% dos profissionais o fator chave para ficar na empresa é a possibilidade de crescimento.

Temos uma equação de difícil resolução. De um lado estruturas enxutas e do outro, pessoas querendo mais espaços e crescimento. A carreira não linear é uma forma de lidar com essa problemática. Nela, as pessoas podem trabalhar em atividades complementares circulando na empresa de acordo com as atividades disponíveis e sua possibilidade de contribuição. É como um profissional estar em vendas e poder trabalhar algumas horas da semana na área de recursos humanos contribuindo em uma iniciativa específica. A não linearidade significa a formalização de um aspecto cada vez mais vivo nas expectativas de carreira de muitos profissionais: o interesse de contribuir além do cargo que ocupam.

Em que pese fenômenos recentes como o “quiet quitting”, em que profissionais só querem fazer aquilo para o que foram contratados e nada mais, há um número significativo de pessoas com fome de aprendizado e interesse em colaboração além da área em que atuam. Querem se destacar e contribuir, e não necessariamente ter mudança de cargo. Entendem que participar de uma atividade complementar ao seu foco pode ser caminho para ampliar networking e ganhar visibilidade na empresa.

A oferta de uma carreira não linear aos funcionários requer uma mudança cultural dos líderes, afirma colunista — Foto: Unsplash
A oferta de uma carreira não linear aos funcionários requer uma mudança cultural dos líderes, afirma colunista — Foto: Unsplash

A carreira não linear, também chamada de carreira em nuvem, não pode ser imposta. Precisa ser dialogada, uma vez que determina esforço adicional. Esse diálogo deve considerar o interesse do profissional, momento de vida e capacidade de equilibrar suas demandas.

O movimento exige uma mudança cultural dos líderes, que precisam escutar e encorajar seus times. Não podem impor e nem bloquear, precisam construir. A carreira em nuvem é uma caminhada que exige dedicação extra e isso só acontece quando o indivíduo entende os ganhos para sua carreira.

A não linearidade é um exercício de protagonismo, pois exige autoconhecimento para descobrir interesses e paixões. É um movimento que sintetiza a ideia de aprendizagem permanente e adaptabilidade, um treinamento poderoso para habilidades essenciais do século XXI e um caminho para pensar em novos formatos de trabalho e reforçar a capacidade de gerar renda para além do emprego tradicional.

À medida que o mundo do trabalho evolui, as carreiras não lineares estão se tornando a norma, não a exceção. É um caminho para abraçar a diversidade de oportunidades que a vida profissional moderna oferece e pode ser uma jornada emocionante e gratificante, gerando ganhos para indivíduos e organizações.

Rafael Souto é sócio-fundador e CEO da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado

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