Carreira
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE


Contratar e manter os melhores profissionais sempre esteve em evidência nas organizações, mas nos últimos anos, em especial no mundo pós-pandemia, isso se intensificou. Na mesma velocidade que a exigência nos negócios aumenta por conta da competitividade, a busca por talentos virou uma obsessão nas empresas.

Como diz o ex-presidente do Banco dos Brics, o economista Marcos Troyjo, vivemos a era do “talenteísmo”. Já o célebre Jack Welch, considerado o maior CEO do século XX, dizia que os melhores profissionais precisavam ser mapeados e promovidos com maior velocidade. Afirmava que esses “top talents” não passavam de 20% da empresa. Identificá-los e valorizá-los era uma missão crítica do time da General Electric, presidida por Welch.

Com o passar do tempo, a ideia de talento vem sendo aprofundada. Empresas como Heineken e PPG afirmam, por exemplo, que todos são talentos. A diferença entre eles é que apenas alguns serão os “top talents”, grupo dos que estão acima das expectativas.

Os conceitos atuais definem talento como a soma do desempenho e potencial. Desempenho tem a ver com as entregas, as metas e os compromissos assumidos. Também inclui o “como” as coisas são feitas, as atitudes e comportamentos que levam ao resultado. Alto desempenho significa aquele funcionário que entrega resultados superiores dentro dos valores e práticas da empresa.

Já o potencial tem a ver com a capacidade de aprender. É a chamada agilidade de aprendizagem. Isso inclui autoconhecimento, aprendizagem técnica e emocional, agilidade para se adaptar e alcançar resultados em situações adversas. Os potenciais são aqueles capazes de influenciar o futuro da organização. Ou seja, os talentos são aqueles que têm alta performance e alto potencial. Esses profissionais são fundamentais para o sucesso de um projeto empresarial. A densidade de talentos em uma empresa é fator decisivo para o crescimento. O desafio é atrair e manter essas pessoas.

Colunista escreve que na mesma velocidade que a exigência nos negócios aumenta por conta da competitividade, a busca por talentos virou uma obsessão nas empresas — Foto: Pexels
Colunista escreve que na mesma velocidade que a exigência nos negócios aumenta por conta da competitividade, a busca por talentos virou uma obsessão nas empresas — Foto: Pexels

No entanto, os dados vêm mostrando o quanto esses talentos estão sendo desperdiçados. Um estudo do Gallup mostrou que apenas 20% dos profissionais entendem que suas habilidades são plenamente exploradas. Por outro lado, uma pesquisa conduzida pelo LinkedIn mostrou que 94% dos profissionais permaneceriam na empresa se visualizassem perspectivas de desenvolvimento, e mais de 60% dizem que estão dispostos a pedir demissão se não puderem visualizar oportunidades de crescimento.

Identificar os talentos e construir em conjunto possibilidades de desenvolvimento parece ser uma das estratégias para mantê-los. E o desafio começa em encontrar essas pessoas. A liderança precisa mapear de forma assertiva para, a partir daí, elaborar ações de desenvolvimento personalizadas.

Nesse ponto, temos um grave problema, tendo em vista que mais de 70% dos líderes fazem as avaliações de performance no último dia do prazo e com um apito estridente da área de RH sinalizando que a avaliação precisa ser feita. Isso retira qualidade e pode comprometer a identificação dos talentos.

O acompanhamento e as conversas frequentes de desenvolvimento entre líder e liderado também são escassas. A maior parte dos gestores se concentra em controlar metas, rotinas e processos, e dedica pouco tempo para dar feedbacks, apoiar o desenvolvimento e dialogar com seu time. Esse distanciamento aumenta o risco de perda de talentos.

A cultura organizacional com pouca abertura e falta de segurança psicológica pode ser um grave ofensor ao engajamento. Pessoas com alta entrega e capacidade de aprender querem ambientes que forneçam oportunidades e sejam inclusivos. Querem contribuir e precisam de espaço para colocar seu protagonismo em ação.

Os talentos desafiam líderes ultrapassados a compreenderem que a carreira de um talento precisa de acompanhamento, diálogo e construção coletiva.

Rafael Souto é sócio-fundador e CEO da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado

Mais recente Próxima Maioria dos profissionais não se sentem maduros para usar a IA no trabalho

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais de Carreira

Carreira

Confira a movimentação executiva da semana

Pearson tem novo diretor de tecnologia global

Carreira

A colunista Betania Tanure escreve sobre os riscos de não se ter claro o jeito de fazer negócios em uma organização

Fragilizar ou ossificar a cultura empresarial?

Carreira

Autor, considerado o “pai” da inteligência emocional, fala como é possível buscar o desempenho ideal sem chegar ao burnout

‘Você pode escolher se concentrar no que importa’, diz Daniel Goleman

Carreira

Relato de recrutadora sobre irmã viralizou em rede social

Mulher entra em depressão após desvio de função e abuso moral: "Gritada e xingada"

Carreira

Pesquisa exclusiva com 1.600 profissionais remotos indica principais modelos de contrato e tempo de carreira

Quanto ganham os brasileiros que trabalham para empresas estrangeiras

Carreira

Assunto foi tema de discussão entre líderes de RH de instituições financeiras durante evento

Carreira

Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e CEO do PretaHub, é a convidada do podcast

Do ativismo à gestão da maior feira de cultura negra da AL

Carreira

Evento discute mitos e verdades sobre a inteligência artificial

Para IA funcionar, é preciso experimento e treino, dizem especialistas

Carreira

Confira os lançamentos do mês de julho

Estante: 6 livros sobre carreira e gestão

Carreira

Trabalho remoto, ambiente descolado, auxílio academia e vale-refeição “gordo” viram assunto entre os jovens do TikTok

Trend “CLT Premium” revela o que a geração Z valoriza no mercado de trabalho