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Os seres humanos são contadores de histórias desde a Idade da Pedra. Mas foi somente nas últimas duas décadas que a arte do “storytelling” ganhou peso como uma importante habilidade de liderança e de engajamento organizacional. Contar histórias é de fato uma ferramenta poderosa que os líderes podem e devem usar para se comunicar melhor com diferentes públicos, inspirar pessoas, conectar-se emocionalmente e, ainda, moldar a cultura de suas organizações.

Em artigo recém-publicado pela “Harvard Business Review”, o professor, palestrante e escritor norte-americano Nick Westergaard fala sobre cinco tipos de histórias que os líderes precisam contar: histórias de visão, que inspiram uma narrativa compartilhada; histórias sobre valores, que modelam o caminho; histórias de ação, que estimulam progresso e mudança; histórias de ensinamentos, que transmitem conhecimentos e habilidades a outras pessoas; e histórias de confiança, que ajudam as pessoas a entenderem, se conectarem e acreditarem em você.

Não sou muito adepta ao modelo de “cartilhas” de administração, mas achei interessante essa abordagem, pois realmente acredito que as histórias (sejam aquelas vividas pelo próprio indivíduo ou por outras pessoas) humanizam os líderes e aumentam sua conexão com as equipes, seus clientes e até mesmo com acionistas. As histórias têm o poder de tornar números e dados mais compreensíveis e memoráveis. Elas ajudam o líder a comunicar melhor sua visão e valores. Histórias de lições aprendidas evitam que outras pessoas cometam os mesmos erros.

Há quem prefira parábolas ou histórias fictícias. Já eu acredito que as que geram maior empatia e impacto são as histórias verdadeiras, aquelas que são inspiradoras justamente por serem imperfeitas. Um exemplo simples que posso dar é sobre esta minha coluna mensal no Valor. Sem dúvida alguma, os textos que geram maior compartilhamento e engajamento com meus leitores são aqueles em que conto alguma experiência pessoal para ilustrar um tema específico. Quanto mais exponho minhas vulnerabilidades e mais me mostro como um ser humano normal e real, mais as pessoas se identificam. No meu trabalho como coach de executivos, também sempre procuro exemplificar situações críticas por meio de histórias pessoais ou vividas por outros profissionais do mercado. Não tenho dúvidas que, desta forma, criamos um maior vínculo de confiança.

Mas um cuidado importante é garantir que o storytelling não transforme a conversa em um monólogo. Devemos sempre observar o efeito que ele causa na audiência e usar essas reações para de fato promover um diálogo construtivo.

Consultora alerta sobre a importância de sempre observar o efeito que o storytelling causa na audiência e usar essas reações para de fato promover um diálogo construtivo — Foto: Pexels
Consultora alerta sobre a importância de sempre observar o efeito que o storytelling causa na audiência e usar essas reações para de fato promover um diálogo construtivo — Foto: Pexels

Além disso, é fundamental que as histórias sejam condizentes com aquilo que a gestão faz na prática - o que mais encontramos por aí são narrativas vazias. Os líderes devem ser cautelosos ao usar histórias como ferramentas de comunicação e certificar-se de que elas estejam alinhadas à realidade e aos valores da empresa. De nada adianta termos bons contadores de histórias que, no dia-a-dia, alimentam ou permitem a criação de ambientes tóxicos, que não praticam aquilo que pregam.

A integridade é fundamental para a construção e manutenção da confiança. O storytelling não embasado em ações verdadeiras pode ter sérios impactos negativos na empresa, minando a confiança, a credibilidade e a cultura organizacional.

Vicky Bloch é fundadora da Vicky Bloch Associados, professora do IBGC, da FIA e membro de conselhos de administração e consultivos

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