Fórum analisa oportunidades

Frederic Kachar, diretor-geral da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, destacou a qualidade dos painéis. “Abordamos as frentes mais importantes da relação Brasil e China.” O co-chairman do Lide João Doria apontou as oportunidades para ampliar o intercâmbio comercial: “As relações entre Brasil e China estão hoje no seu melhor momento”

Representantes de companhias chinesas relataram investimentos já feitos aqui, projetos em andamento e manifestaram interesse em participar de novos leilões e parcerias público-privadas (PPPs) em áreas como infraestrutura, energias renováveis, mobilidade urbana, agronegócios, tecnologia e indústria automobilística. “O Brasil é a bola da vez para a BYD”, disse Marcelo Schneider, diretor institucional da empresa, que está dobrando a força de trabalho na instalação de sua fábrica na Bahia.

“Nossa empresa tem interesse em participar dos projetos no Brasil”, destacou Deng Young, presidente da CRCC, que venceu a licitação para a construção da ponte Salvador-Ilha de Itaparica. “Estamos dispostos a participar de projetos dos PACs [Programas de Aceleração do Crescimento], a oferecer projetos de mobilidade inteligente e fazer parcerias com universidades brasileiras”, afirmou Yin Xinglei, vice-presidente do grupo CREC, subsidiário da China Railway Group.

O governador Wilson Lima (Amazonas), o vice-governador Felício Ramuth (São Paulo) e Luis Felipe Arellano, secretário da Fazenda da capital paulista, apresentaram projetos que podem receber investimentos chineses.

O agronegócio continua a ser um dos maiores atrativos brasileiros. Quando painelistas como a ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu fizeram suas apresentações, uma já interessada plateia prestou ainda mais atenção. Surgiram, ainda, discussões sobre como juntar as forças do Brasil, que gera uma das energias mais limpas do mundo, e da China, que tem tecnologia em energia. O desenvolvimento de um centro de pesquisa e desenvolvimento de energia de matriz limpa no Brasil está entre os planos de uma das maiores empresas do setor energético do mundo. A inovação é discutida atualmente pela State Grid Brazil, disse Sun Tao, chairman da empresa. “Estamos trabalhando para a descarbonização do Brasil por meio da nossa cooperação internacional, participando da governança de energia no mundo inteiro.”

A necessidade de investir na transição para uma economia de baixo carbono foi destacada por Dauter Oliveira, diretor de desenvolvimento para a Ásia da Vale, e pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). “O Brasil tem posição estratégica para atender à demanda de minerais para produção de baterias, de aerogeradores, de minerais críticos para a transição energética, e temos que atrair investimentos para crescimento da produção”, disse Raul Jungmann, presidente do Ibram.

“A urgência e importância das questões ambientais são cada vez mais evidentes em um mundo onde as mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos naturais se tornam desafios críticos”, afirmou o presidente da Paper Excellence Brasil, Cláudio Cotrim.