Brazil China Meeting
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Por Vivian Soares — Para o Valor, de São Paulo


Em meio século de relações diplomáticas entre Brasil e China, nunca foi tão intenso o intercâmbio de profissionais entre os dois países. Estatísticas do Portal da Imigração, do Ministério da Justiça, apontam que os chineses estão em primeiro lugar entre as nacionalidades com maior número de vistos emitidos no Brasil no ano passado - foram quase 30 mil nos primeiros nove meses de 2023, um recorde histórico.

Na falta de estatísticas oficiais sobre o número de profissionais brasileiros na China, estima-se que cerca de 15 mil brasileiros vivam no país asiático, estudando ou trabalhando. Esse fluxo acentuado de pessoas traz, para empresas e profissionais, o desafio de adaptar-se a um país de língua, cultura e forma de trabalhar completamente diferentes. A estimativa do número de brasileiros vivendo na China é de João Marques, sócio-fundador e CEO da Emdoc, consultoria especializada em mobilidade global.

Com três décadas de experiência em realocação de profissionais entre os dois países, o executivo diz que, apesar de a China ser uma referência mundial em atração de talentos, o fluxo crescente de chineses para o Brasil vem se consolidando nos últimos anos e não se compara ao movimento inverso. Em geral, trata-se de profissionais com grande conhecimento técnico que vêm ao país para projetos específicos, com grande destaque para o setor de infraestrutura.

É o caso de Chen Yiqiao, coordenador administrativo da State Grid Brazil Holding, empresa que atua no setor de transmissão de energia desde 2010. O executivo vive no Brasil desde 2016, trouxe a família no ano seguinte e já se sente adaptado ao desafio de viver em um país de costumes e língua tão diferentes. Antes de vir ao Rio de Janeiro, onde está radicado, Chen fez um curso de três meses organizado pela empresa para aprender português e aspectos da vida no Brasil. “Antes, o único conhecimento que eu tinha era o que via pela televisão, basicamente futebol e Carnaval”, diz.

Nos primeiros anos, a adaptação foi desafiadora, principalmente por conta do idioma. Sete anos depois, o executivo fala português fluentemente, joga basquete e futebol em times formados por colegas brasileiros e chineses e consegue navegar bem no ambiente de trabalho do Brasil. “Os brasileiros têm boa educação, espírito profissional e gostam de colaborar. A frase que ouço com mais frequência é: ‘Vou te ajudar’”, afirma.

Marques explica que, com diferenças culturais tão grandes entre os dois países, é essencial que as empresas preparem o profissional antes da expatriação para que os objetivos do negócio não sejam afetados por um tempo muito longo de adaptação. No caso de executivos com outras experiências internacionais ou histórico familiar multicultural, essa adaptação pode ser mais rápida.

Descendente de japoneses e com uma carreira com passagens por Estados Unidos, Alemanha, Japão e Turquia, o brasileiro Morio Ikeda recebeu há cinco anos o convite para ser chefe de design na fabricante de automóveis chinesa GWM. Desde então, ele vive na cidade de Baoding, a aproximadamente 200 km de Pequim, e está adaptado à cultura local. “Ajuda muito o fato de que eu gosto do que faço, que é desenhar novos projetos de carro. Na China trabalha-se muito, inclusive aos sábados. Existe uma cultura de priorizar o trabalho, mas essa dedicação é recompensada”, afirma.

Desde que começou a trabalhar para a GWM, Ikeda desenvolveu 16 projetos e já ganhou prêmios e bônus por alguns deles. Segundo ele, os estrangeiros são bem recebidos pela sociedade e a vida é tranquila. “No meu processo de adaptação, o mais fácil foi viver em uma cidade segura, sem violência. O mais difícil foi a comida: é um desafio decifrar os cardápios e há pratos muito picantes”, diz. Como Ikeda não fala mandarim, ele tem o auxílio de um intérprete no dia a dia do trabalho, mas se comunica em inglês nas horas livres.

O inglês também é a língua utilizada por Ritchie Wang, diretor de produção da GWM Brasil, chinês radicado no Brasil há pouco mais de dois anos. Ele conta que, além do treinamento prévio à mudança, se dedicou a pesquisar sobre geografia, sociedade, economia e cultura brasileiras, além do idioma. A maior dificuldade enfrentada por Wang foi fuso horário. Com a diferença de 11 horas, ele lamenta não estar tão presente para a família na China, enquanto no trabalho a comunicação com a sede é mais demorada.

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