A alta do preço do petróleo contribuiu para que os óleos brutos de petróleo fechassem 2022 como o produto com a maior receita de vendas da indústria brasileira, com R$ 274,5 bilhões de 5,3% do total da receita líquida industrial do país. Os dados constam da Pesquisa Industrial Anual — Produto (PIA Produto) 2022, divulgada nesta quinta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os óleos brutos de petróleo ocupavam no ano anterior a segunda colocação, com 4,2% da receita líquida total. A liderança era dos minérios de ferro e seus concentrados, que tinham 5,5% da receita líquida total em 2021 e passaram para 3,1% em 2022, caindo para a terceira colocação, com R$ 159,6 bilhões.
A segunda posição, em 2022, coube ao óleo diesel, que respondia por 2,6% da receita líquida industrial em 2021 (a terceira maior) e passou para 3,9% no ano seguinte, com R$ 200 bilhões.
O IBGE ressaltou que os três primeiros produtos no ranking variaram suas posições entre 2021 e 2022 devido às cotações internacionais. Enquanto houve alta do petróleo — que também influenciou o derivado óleo diesel — os minérios sofreram com a queda de preços provocada pela menor demanda chinesa, ainda impactada por paralisações nas fábricas devido à covid-19.
A PIA Produto 2022 pesquisou 3.400 produtos fabricados por 33,1 mil empresas e suas 39,8 mil unidades locais produtivas industriais. O valor total de produção foi de R$ 6,1 trilhões, enquanto a receita líquida de vendas ficou em R$ 5,2 trilhões em 2022, frisou o IBGE.
Os dez principais produtos ou serviços industriais somaram, em 2022, 23,4% da receita líquida de vendas das fábricas nacionais. Em 2021, essa fatia era de 22,9%.
Além dos três primeiros, a lista do “top 10” foi composta por carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 114,7 bilhões e 2,2% de participação); adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (R$ 102,8 bilhões e 2,0%); gasolina automotiva (R$ 90,3 bilhões e 1,7%); tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (R$ 76,1 bilhões e 1,5%); álcool etílico (etanol) não desnaturado para fins carburantes (R$ 67,5 bilhões e 1,3%); óleos combustíveis, exceto diesel (R$ 67 bilhões e 1,3%); e automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 cm³ ou menor ou igual a 3.000 cm³ (R$ 60,6 bilhões e 1,2%).
O IBGE destacou ainda quais produtos mais ganharam posições no “ranking” das maiores receitas líquidas entre 2021 e 2022.
Os cloretos de potássio subiram 71 posições, passando da 135ª para a 64ª posição; a gasolina automotiva formulada, avançou 58 posições (da 139ª para 81ª posição); enquanto máquinas para colheita subiram da 92ª para a 43ª. Na outra ponta, os minérios de cobre e seus concentrados caíram 32 posições ao passar da 34ª para a 66ª posição; o policloreto de vinila (PVC), passou da 78ª para a 99ª posição, perdendo 21 posições; e os laminados planos de material plástico, exceto filmes foram da 74ª para 95ª.