Aumenta concentração de indústrias no sudeste do país, diz IBGE

No levantamento, que tem amostra de 50.296 empresas, com 30 ou mais pessoas ocupadas ou receita bruta superior a R$ 26,4 milhões, os pesquisadores do IBGE investigaram a participação no Valor da Transformação Industrial (VTI) por grandes regiões. O VTI é a diferença entre o valor bruto da produção industrial (VBPI) e o custo com as operações industriais (COI). O VTI do país atingiu R$ 2,485 trilhões, em 2022.

Desse total, 61,1% eram originados da região Sudeste. A segunda maior fatia ficou com a região Sul (18,1%); seguido por Nordeste (9,1%); Centro-Oeste (6%) e Norte (5,8%).

No entanto, a parcela referente ao Sudeste mostra trajetória ascendente desde 2019, informou Synthia Santana, pesquisadora do IBGE. Em 2013 era de 59,4%.

Outro aspecto que comprova concentração industrial é a investigação por número de empresas. A parcela correspondente das oito maiores companhias industriais, no total de valor de transformação industrial, passou de 22,7% para 26,5%, entre 2013 e 2022.

A especialista informou que não há uma razão clara para tal crescimento de concentração. Mas detalhou que, no caso da concentração geográfica, os Estados que comandaram a maior fatia no valor da transformação da indústria, até 2022, foram São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O Estado do Rio de Janeiro, bem como parte de São Paulo, tem participação expressiva em indústria extrativa, em particular no setor de petróleo e gás.

A fatia das indústrias extrativas no total do valor da transformação industrial também subiu de forma expressiva, entre 2013 e 2022, de 13,6% para 18,7% – enquanto que a de indústria da transformação, no mesmo período, diminuiu de 86,4% para 81,3%.

No caso específico de petróleo e gás, a participação do setor no valor da transformação industrial também aumentou, durante a década, saindo de 5,1% em 2013 para 12,3% em 2022. Foi a atividade que mais apresentou avanço, na parcela no total do valor da transformação industrial, no período.