A mudança de meta de resultado primário da União para 2025 tornou o processo de ajuste fiscal mais lento que o proposto inicialmente e a trajetória da dívida ficou mais comprometida. O aumento das despesas obrigatórias e o espaço cada vez menor para gastos discricionários, que caíram o equivalente a 0,5 ponto percentual do PIB de 2011 ao acumulado em 12 meses até abril, acendem um sinal amarelo. O governo precisa não só elevar receitas para cumprir meta, mas também viabilizar o arcabouço dentro das despesas e evitar risco de shutdown nos próximos anos, situação em que a máquina pública entra em colapso porque as despesas não são suficientes para sustentar seu funcionamento. O cenário demanda mudança de estratégia fiscal, ainda que o governo enfrente dificuldade no Legislativo, com sucessivas derrotas no Congresso, e lhe seja caro alterar gastos considerados prioridades para o governo Lula.