G20 no Brasil
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Por Mônica Magnavita — Do Rio


Daniel Azevedo: “Comércio global, fonte geradora de riqueza, está perdendo importância relativa” — Foto: Divulgação
Daniel Azevedo: “Comércio global, fonte geradora de riqueza, está perdendo importância relativa” — Foto: Divulgação

A força-tarefa do fórum empresarial responsável por apresentar recomendações ao G20 relativas ao comércio internacional e investimentos enfrenta alguns desafios, mas também se vale de boas oportunidades relacionadas à nova ordem das relações globais. Mudanças na geopolítica e impactos da pandemia e das guerras atuais alteraram os fluxos de negócios e ampliaram a relevância do papel dos blocos comerciais, de acordo com o Boston Consulting Group (BCG), “knowledge partner” da força-tarefa, que trouxe um conjunto de informações para subsidiar as propostas do grupo liderado por Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer. Dados do BCG apontam para crescimento do comércio global de 2,8% ao ano até 2032, inferior à expansão anual de 3,1% prevista para o PIB do mundo no mesmo período. Isso, se o cenário atual se mantiver até lá.

Antes da pandemia, os números eram inversos. Historicamente, o comércio internacional crescia a taxas superiores às da economia. Em 2018, a alta do comércio foi de 3,3%. Essa queda de importância relativa chamou a atenção dos membros da força-tarefa, que elegeram, entre as prioridades, fortalecer a Organização Mundial do Comércio (OMC), especialmente o fórum de apelações, que vem perdendo legitimidade.

“Comércio e investimento sempre foram pilares na agenda do B20. Têm uma relevância histórica. Os tempos mudaram, fazendo com que a agenda tenha de ser olhada à luz dos acontecimentos. Há necessidade de fortalecer a OMC, dentro da governança de comércio. Mesmo com a mudança de contexto, vive-se melhor com regras comuns”, diz Constanza Negri, sherpa do B20 e gerente de comércio e integração internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade que lidera o fórum empresarial este ano.

“O comércio global, tradicional fonte geradora de riqueza, está perdendo importância relativa em função de movimentos recentes de revisão das relações comerciais, dos riscos geopolíticos e da instabilidade global”, diz Daniel Azevedo, diretor executivo e sócio do BCG. Simultaneamente, o momento requer leitura atualizada da governança global, tendo em vista os recentes modelos de acordos plurilaterais, não apenas multilaterais, que constituem a nova forma de se chegar a consensos na OMC.

“Entendo que essa agenda de governança será um dos temas principais do grupo. O setor privado considera fundamental contar com um organismo como a OMC, mas o organismo precisa se adaptar às novas realidades, seja do ponto de vista de interesse geográfico, seja do ponto de vista temático. A OMC tem de ampliar e modernizar seu escopo de temas”, diz Negri.

Os temas abordados na força-tarefa resultarão em recomendações voltadas para destravar o comércio internacional, com redução de barreiras, resiliência nas cadeias de valor e aumento da eficiência da governança. “O trabalho está em construção, mas as questões giram ao redor dessas vertentes”, diz Daniel Azevedo.

Com relação à resiliência das cadeias de valor ligadas à sustentabilidade, o executivo enfatiza a necessidade de regulações no combate às mudanças climáticas, mas tais regras não devem ser direcionadas a países e regiões especificas, sob pena de acentuar restrições ao comércio internacional. Negri também aponta a preocupação de se chegar a um equilíbrio entre a agenda de comércio e a de sustentabilidade, para que decisões em determinada direção não se transformem em barreiras. “O grupo do B20 vai olhar com atenção essa área para elaborar recomendações.”

O terceiro eixo, o de eficiência do comércio e investimento, concentrará esforços na criação de processos aduaneiros mais eficientes, com medidas mais padronizadas, valendo-se de inteligência artificial para reduzir tempo nas operações de comércio. No fim da linha, significa custos menores para empresas.

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