Fábio Brito-Santos 

Ciências da Vida

Fábio Brito-Santos é um cientista com olhos atentos para o microscópico universo dos fungos. Preocupado com as consequências que a ação humana gera na biodiversidade, o  projeto de Brito-Santos é um vislumbre meticuloso dos fungos patogênicos da região amazônica e as transformações e impactos que esses sistemas ecológicos sofrem com a antropização. Muitas vezes, trazendo consequências nocivas para as populações que habitam a região. 

Formado em farmácia pela Universidade Estácio de Sá, fez o mestrado e doutorado em medicina tropical pela Fundação Oswaldo Cruz, com um período sanduíche no Westmead Institute for Medical Research-University of Sydney, Austrália. 

Autodefinido como um tropicalista raiz, o farmacêutico também é um homem negro, filho de Ogun com Yemanja, que tem na espiritualidade e ancestralidade um ponto de equilíbrio e amparo na vida. Carioca nascido em Madureira, é apaixonado pela Bahia e adora cozinhar no seu tempo livre. Também é o orgulhoso pai do Taiô Brito, que já segue os passos do pai sendo pesquisador júnior do CNPQ. 

Projetos

Fungos no território: levando o conhecimento científico de volta para comunidades da Amazônia
Ciências da Vida

A divulgação científica em áreas remotas e de difícil acesso representa um desafio significativo. É não apenas uma responsabilidade social da comunidade científica, mas também um interesse dos gestores de mídia nacional que reportam sobre esses territórios. Muitas vezes, as informações coletadas por pesquisadores em campo levam anos para serem compartilhadas, sendo apresentadas em artigos científicos de difícil compreensão para o público em geral e especialmente para comunidades locais envolvidas na pesquisa. Nossa proposta visa criar um modelo de comunicação que facilite o retorno dos resultados científicos para as comunidades que fazem parte de pesquisas e coletas de campo. Neste projeto piloto, basearemos nossa estratégia de comunicação na pesquisa em andamento de Fabio Brito-Santos, sobre fungos patogênicos no Alto Rio Negro, Amazonas. Nosso foco será desenvolver uma estratégia de comunicação científica para os povos indígenas que vivem em contexto urbanizado em área de difícil acesso na região e que fizeram parte de pesquisa anterior do cientista sobre o assunto. Utilizaremos como modelo inicial a doença fúngica “criptococose”, cujo impacto na saúde humana, especialmente causando meningoencefalite, tem sido continuamente negligenciada, principalmente no Brasil. Esta proposta de divulgação cientifica é relevante para a população local, considerando que os principais agentes causadores da doença fúngica estão presentes nos ambientes domiciliares e periurbanos do Alto Rio Negro. A importância de conscientizar tais comunidades para a prevenção da doença pesquisada faz a necessidade da comunicação efetiva dos achados científicos ainda mais proeminentes. A questão central é: como podemos efetivamente retornar essas informações científicas para a comunidade, respeitando os conhecimentos e saberes dos povos tradicionais? Quais ferramentas de comunicação serão mais eficazes para socializar a ciência nesse contexto? Como o jornalismo pode ajudar nessa tradução do conhecimento científico e como o jornalismo pode ser adaptado para uma comunicação de maior e mais específico alcance, fora dos grandes centros urbanos?

Recursos investidos

Grant 2023: R$ 30.000,00
Qual o impacto de áreas antropizadas da região amazônica na biodiversidade de fungos patogênicos sob a perspectiva da saúde única?
Ciência / Ciências da Vida

O desmatamento e mudanças climáticas têm sido relacionadas com mudanças na epidemiologia dos fungos patogênicos. Estudos da biodiversidade de fungos patogênicos dirigido para uma região que vem sofrendo ao longo do tempo com os impactos da antropização constitui um desafio em nosso país. Particularmente na Amazônia, onde se observa elevada ocorrência de micoses endêmicas apontando um aspecto epidemiológico distinto e não descrito em outras regiões do mundo. Diante deste cenário atual, para responder à pergunta, o projeto irá utilizar ferramentas moleculares aplicadas principalmente para investigação de microbiomas e identificar a biodiversidade de fungos patogênicos, avaliando também o potencial destes fungos causarem surtos em humanos e animais.   

Recursos investidos

Grant Serrapilheira: R$ 100.000,00
Grant Faperj: R$ 700.000,00

Instituições

  • Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Chamadas

Chamada conjunta de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia nº 1