Ativista e defensora dos direitos dos animais, Luisa Mell venceu um processo judicial no qual acusava duas pessoas, Gabriela Sertório Bueno de Carmargo e Wagner Ribeiro de fazerem comentários caluniosos e difamatórios contra ela nas redes sociais. Na internet, eles diziam que Luisa roubou um cachorro da raça Borzoi, que foi resgatado durante uma operação em um canil clandestino, que supostamente pertenceria à mulher.
"Gabriela e Wagner foram condenados a dois anos e meio e um ano e oito meses, respectivamente. Conforme autoriza a legislação, suas penas privativas de liberdade foram substituídas por penas restritivas de direitos, consistentes na prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas", explicou o advogado da ativista, Pedro Doná, do escritório Braga Meirelles.
Entenda o caso
Durante uma operação de resgate em 2021 acompanhada por Luisa em um canil clandestino em São Sebastião, no litoral de São Paulo, 140 animais foram resgatados, inclusive a cadela Pia, uma Barzoi. Gabriela acusou a ativista de ter roubado o animal e falsificado um laudo de óbito, além de ter utilizado o antigo Instituto Luisa Mell para doar um cachorro a uma amiga, chamando-a repetidamente de mentirosa e manipuladora.
"O processo criminal surge a partir de queixa apresentada à Justiça por Luisa Mell e outras pessoas, que foram vítimas de ofensas contra honra (calúnia, difamação e injúria) praticadas por Gabriela Sertório e Wagner Ribeiro", diz Doná. "A acusação contra ambos se baseou em publicações feitas por eles nas redes sociais, em que falseavam fatos com o intuito de ofender a reputação de Luisa", afirma.
À Justiça, Luisa contou ter perdido apoio, inclusive financeiro ao Instituto Luisa Mell, hoje chamado de Instituto Caramelo, devido às calúnias. Ela frisou no processo que as operações de resgate são determinadas pelas autoridades públicas e não por ela ou pela pela organização. Em suas acusações, Gabriela e Wagner teriam disseminado informações falsas de que Pia pertenceria a uma criança autista. Luisa chegou a publicar um vídeo, em 2021, mostrando o resgate e as condições dos animais (abaixo).
Segundo Doná, em sua defesa, Gabriela e Wagner tentaram se justificar, alegaram que apenas exerciam sua liberdade de expressão e não tinham o intuito de ofender a honra de ninguém. "Porém, as provas produzidas, em especial as publicações ofensivas nas redes sociais, foram confirmadas durante o processo, que culminou na condenação de ambos, até porque liberdade de expressão não pode ser confundida com liberdade de agressão", pontou o advogado.