Baiano de Itabuna, cidade vizinha a Ilhéus, Breno da Matta, de 41 anos, só descobriu o teatro depois de adulto. No ar como o Pastor Livio em Renascer, o estreante cursou Farmácia na Universidade Federal da Bahia antes de se dedicar definitivamente à vida artística. "O teatro foi me buscar, me resgatou, e hoje sou ator", conta. O primeiro contato do artista com o mundo dos espetáculos aconteceu por meio de uma ex-namorada. "Ela me levou para assistir a uma peça baiana, e eu nunca tinha assistido. Ali começou minha relação com o teatro", recorda.
A partir de então, ele deixou de lado uma carreira promissora como farmacêutico e começou a estudar Artes Cênicas. "A vida foi me levando. Não teve um momento exato em que decidi ser ator. Quando as coisas estavam rolando, falei: 'agora vou viver só do teatro'. Porque é muito fácil dizer que se é ator. As pessoas só pensam no glamour. Mas viver do teatro é muito difícil", comenta.
Com o sucesso do personagem no horário nobre da Globo, Breno tem experimentado a fama pela primeira vez. E acredita estar lidando bem com tamanha visibilidade. "Tenho sido muito abordado na rua. As pessoas chegam de uma forma muito respeitosa e com muito afeto. Minha vida não mudou tanto ainda. Não deixo de fazer nada que gosto. Sou uma pessoa simples, gosto de estar em qualquer lugar. E não quero deixar de fazer nada", afirma.
Apesar de acessível, o ator ainda está se acostumando com a abordagem do público. "Vou no samba, e passo boa parte da festa tirando foto, falando com as pessoas, mas faz parte também, é tranquilo. É gostoso e as pessoas têm chegado de uma forma muito respeitosa. Nunca tive nenhuma experiência ruim com os fãs da novela", elogia.
Com uma vida dedicada à vocação religiosa, Pastor Lívio cresceu em um lar evangélico batista. Breno, ao contrário, não é evangélico, mas pensa parecido com o personagem. "Me considero uma pessoa espiritualizada, acredito em muitas coisas. Cada religião surge num lugar, num determinado tempo, porque é como as pessoas daquele lugar e daquele tempo conseguem entender Deus culturalmente", opina. "Religião é entender que há coisas maiores que nós, que vieram antes de nós também. E hoje, especificamente, me identifico com o candomblé mesmo sem ter nenhuma iniciação, sem ter nada, mas me identifico por ter a ver com a minha ancestralidade", afirma.