Capas

A não ser que você tenha vivido os últimos meses escondido embaixo de uma pedra, há uma boa chance de ter ouvido um 'HÓRRÓRÓOOOOSA' ou um 'she’s a mooovie staaar' por aí. Provavelmente esses elogios e alfinetadas saíram da boca de Gabb, nossa estrela de capa de junho, mas é capaz de também fazerem parte do vocabulário da sua melhor amiga, do seu primo ou até da sua avó.

É que, nos últimos meses, a influenciadora ‘estourou a bolha’ e parece ter estado em todos os lugares ao mesmo tempo, incluindo participações frequentes no Domingão com Huck e diversas campanhas publicitárias, além de virais e mais virais que dominaram as timelines do TikTok e, posteriormente, do Instagram.

Gabb usa WTNB — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa WTNB — Foto: Henrique Tarricone

Dona de um humor ácido e cheio de referências, Gabriel Moraes, ou Gabb, caiu nas graças da internet por não ter papas na língua na hora de criticar looks das celebridades durante aparições em tapetes vermelhos e eventos que vão do Leilão do Neymar ao SPFW. Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, mas morando em São Paulo há cerca de sete anos, ela começou a criar conteúdo para as redes sociais durante a pandemia, mas bombou mesmo em outubro de 2023.

"Estourar não é fácil, é uma responsabilidade muito grande. É muito doido você fazer conteúdo há 10 anos e nunca sentir um crescimento genuíno do seu trabalho e, de repente, as pessoas te verem como uma formadora de opinião num assunto específico. Acho que aconteceu tudo muito rápido. Estourei no TikTok, comecei a participar da TV Globo, as revistas tiveram interesse por mim... Foi muita efervescência e muito rápido para eu entender o que estava acontecendo", conta.

Como é esperado de um fenômeno digital, a ascensão de Gabb não aconteceu sem controvérsias. Já foi acusada de misoginia ao comparar looks e questionar vulgaridade em visuais de mulheres famosas, o que alguns internautas consideram de péssimo gosto. "Normalmente não é algo que acontece, é sobre os comentários, sobre eu estar sempre falando de mulher. O look feminino dá mais pano para a manga, para comentar, não é uma questão de 'Ah, eu não gosto de mulher'".

Gabb usa vestido Rober Dognani e casaco João Pimenta — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa vestido Rober Dognani e casaco João Pimenta — Foto: Henrique Tarricone

As críticas, ela não responde, mas toma como reflexão para melhorar o conteúdo e a si mesma. "Eu sou palhaça, sou divertida, sou das referências, nunca serei uma pessoa que quer constranger, eu quero rir junto. É isso que sinto que, às vezes, as pessoas não compreendem", reflete.

Com “algo entre 25 e 72 anos”, como gosta de dizer, é sociólogo de formação e apresentadora por vocação. Assim como na bio do Instagram dele, neste momento escolho me referir a Gabriel com pronomes femininos e masculino, tudo misturado mesmo. É que ela se considera uma pessoa não binária, que não se identifica dentro da caixinha de um gênero ou outro.

Esse é termo guarda-chuva para pessoas que não limitam a própria expressão a códigos estritamente masculinos ou femininos. Se o conceito de gênero fosse uma linha, poderíamos dizer que uma pessoa não binária está em qualquer lugar no meio dos dois pólos. Aliás, como canta RuPaul: “Nós todos nascemos pelados e o resto é drag”. Assim é Gabb, um corpo disposto a viver e expressar o melhor de tudo, inclusive da moda.

Conversei com ela no começo da diária de fotos, entre uma fofoca e outra, enquanto fazia cabelo e maquiagem. Vivendo na pele os prós e contras de ser uma pessoa em evidência, ao longo dessa entrevista e do shooting para essa capa, fica claro exatamente o que Gabb quer que o mundo saiba sobre ela. Confira a entrevista completa.

Gabb usa WTNB — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa WTNB — Foto: Henrique Tarricone

Me conta primeiro um pouquinho da sua infância. Quem era Gabb criança?
A Gabb era uma criança viada, já! Eu gostava de botar blusa na cabeça para fingir que era meu cabelo. Toda gay acho que já passou por isso (risos). Eu estudava num colégio que não tinha nota, só tinha relatório de comportamento e todo semestre meus pais eram chamados porque eu tinha um bom comportamento, mas os professores achavam estranho eu só ter amiga mulher. E eles sempre falavam 'qual é o problema dele só ter amiga mulher?' Essa era eu na infância, criança viada. Na minha casa isso nunca foi um problema. Eu acho que era um problema para os outros, mas, na minha casa, para mim, nunca foi um problema.

Imagino o quanto isso foi importante...
Muito! Acho que você ser uma criança e você sentir viabilizado dentro de casa, nesse momento em que você está crescendo, nesse momento de você se conhecer... Como eu me sentia acolhido dentro de casa, isso não era uma um tabu e acho que isso moldou muito a minha personalidade de hoje.

Você sempre se entendeu como criança viada ou você nem sabia do que o povo estava falando?
Ah, eu sempre soube que eu era uma criança viada (risos)! Acho que foi a minha mãe que me abriu os olhos para isso; quando eu tinha nove anos, estava assistindo um clipe da Mariah Carey, Boy (I Need You)... Eu não parava de assistir esse clipe, aí minha mãe chegou perto de mim e falou: 'você sabe que quando se tem muita obsessão em alguma cantora ou cantor, ou você queria ser ele ou você queria transar com ele'. Eu pensei: 'eu queria ser Mariah, é isso mesmo'. Eu virei uma borboletinha!

Gabb usa WTNB e chapéu Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa WTNB e chapéu Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone

Quais eram seus interesses enquanto criança? Já era moda? Era a Mariah?
Era a Mariah, sempre! Ela nunca me abandonou. Mas, quando eu era novinha, eu tinha uma coisa com uns desenhos tipo Pokémon, Digimon... Tive uma fase dos desenhos e das apresentadoras loiras, Angélica, Xuxa e Eliana, tinha uma obsessão nas três, mas mais na Eliana!

E quando foi que a moda e o interesse por comunicação apareceram na sua vida?
A comunicação nasceu primeiro, mas ela veio da moda. Quando eu estava na escola, quase na faculdade, assistia ao Fashion Police, que passava no canal E!. Lembro que achava aquilo o máximo, a coisa mais engraçada do mundo. Acho que nunca ninguém me fez rir tanto quanto a Joan Rivers! Me percebia querendo fazer isso também. Sempre tive um lado cômico -- nunca me achei um humorista, mas sempre tive um lado ácido, uma forma diferente de ver o mundo, o que é engraçado aos olhos de algumas pessoas. Pode parecer absurdo ou não, mas quando eu assistia ao Fashion Police, queria fazer parte disso de alguma forma e quando a Joan morreu, fiquei órfão desse conteúdo.

Sempre tive um lado ácido, uma forma diferente de ver o mundo"

Hoje você tem o seu Fashion Police...
10 anos depois, eu consegui fazer o meu programa! Acho que ele nasceu da vontade de querer assistir uma coisa que não existia mais, criar algo que existiu e não faz mais parte da nossa vida. Acho que a Joan Rivers foi um divisor de águas, antes eu tinha apenas ideia da apresentadora de criança, que nunca foi uma coisa que tem a ver comigo, mas a moda me fez essa conexão de apresentar com moda, com piada, com humor, com celebridade... Esse era o mundo mágico para mim.

Antes de ser influenciadora e famosa, como era sua vida?
Menina, eu fui DJ e relações públicas de eventos, fazia cada festa... Fui RP de festas horríveis, fazia festivais no Rio de Janeiro... Cheguei em São Paulo há sete anos porque trabalhava em um escritório que estava na transição de fazer eventos aqui, então vim para dar o pontapé por aqui e conhecer gente. Nunca mais voltei.

Gabb usa casaco Anacê, colares Swarovski, earcuffs Nart (orelha direita), earcuffs (orelha esquerda) e anel prata Use Joias — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa casaco Anacê, colares Swarovski, earcuffs Nart (orelha direita), earcuffs (orelha esquerda) e anel prata Use Joias — Foto: Henrique Tarricone

Quando foi que a persona digital Gabb surgiu?
Na pandemia. Digamos que ela sempre esteve presente, mas a criação de conteúdo foi na pandemia porque [antes] não tinha tempo de fazer. Como na pandemia não havia eventos, tive que me reinventar, mas já era uma coisa que eu queria. E aí comecei a tentar muito. Como sou sociólogo, comecei a fazer conteúdos de tudo; de filme, de comportamento, conteúdos polêmicos... Tinha que tentar me achar porque a internet é meio que isso, a gente tem que experimentar, mas não era um conteúdo de moda ainda.

Mas você estourou com o conteúdo de moda, né?
Sim, em outubro do ano passado! Estourar não é fácil, é uma responsabilidade muito grande. É muito doido você fazer conteúdo há 10 anos e nunca sentir um crescimento genuíno do seu trabalho e de repente as pessoas te verem como uma formadora de opinião num assunto específico. Acho que aconteceu tudo muito rápido. Estourei no TikTok, comecei a participar da TV Globo, as revistas tiveram interesse por mim... Foi muita efervescência e muito rápido para eu entender o que estava acontecendo, às vezes ainda assusto quando encontro com uma pessoa famosa.

Como você tem lidado com isso, com a fama e com a exposição?
Não é fácil. Eu tenho ficado mais caseira, sabia? A Marisa Orth me falou uma coisa que eu nunca mais esqueci: "Gabb, ser famosa é como se todo mundo tivesse tomado uma droga e ninguém tivesse te dado". E é verdade, porque você não sabe onde a pessoa te viu, o que que ela pensa de você, qual energia ela espera de você. Então a gente sempre fica meio atordoado de saber como lidar com o que esperam da gente. Acho que esse é o maior problema.

Estou mais isolada, tenho saído cada vez menos para lugares que sinto que sugam a minha energia. Entrevistei a Jade Picon e ela falou justamente isso: "Gabb, eu não apareço em muitas coisas porque eu me sinto sugada". E, realmente, acho que estou meio Jade Picon. Estou na minha, se não for uma peça de um amigo ou coisa assim, eu não vou mais, prefiro ficar na minha casinha conservando minha energia.

Tem sentido falta de uma vida um pouco mais 'normal'?
Tenho! Mas não sei se mais normal ou com mais tempo para a minha vida pessoal, para andar de bicicleta no centro de São Paulo, para jantar com as peruas, com as blogueiras... Sinto que estou só fazendo moda e o meu programa, acho que eu preciso de férias (risos).

Gabb usa casaco Júlia Van Der Veij, botas Marc Jacobs e chapéu Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa casaco Júlia Van Der Veij, botas Marc Jacobs e chapéu Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa casaco Júlia Van Der Veij, botas Marc Jacobs e chapéu Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa casaco Júlia Van Der Veij, botas Marc Jacobs e chapéu Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone

De tudo que você já fez até hoje, o que abriu suas portas?
Acho que é uma junção de coisas. O primeiro com certeza é o TikTok ter me abraçado, as pessoas terem entendido que eu comento moda e que eu não sou uma conta de estilo. Nunca foi o objetivo deixar as pessoas ofendidas, o objetivo sempre foi abrir um diálogo sobre moda. Depois da pandemia o mundo ficou muito chato, você não pode dar uma opinião, você não pode não gostar mais das coisas que as pessoas se ofendem. Então, fui construindo esse personagem, esse lugar em que dá para ter humor sem ofender, dá para construir um lugar de interesse na moda. Acho que a moda ficou desinteressante a partir do momento em que você não pode falar a verdade ou botar a sua opinião sobre isso.

Outro movimento, com certeza foi nichar na moda, mas eu não posso deixar de falar o quanto é importante eu ter ido para a TV e ter tido a chancela do Luciano Huck. Quando ele falou 'Gabb é um comentarista de moda', parece que eu tive um atalho muito grande. Sou muito grata a ele e à Globo, as pessoas que acreditaram no meu trabalho, porque eu sei que é muito difícil você ter uma um reconhecimento desse, uma chancela dessa. Teve também o Baile da Vogue em que eu fui apresentadora, que acho que também foi uma virada de chave na moda.

Imagino que isso também abriu as portas da publicidade, né?
Vamos falar sobre isso, mona? Que loucura que é esse mercado! Eu amo fazer. Adoro falar que eu não sou Manu Gavassi porque eu adoro a publicidade! (risos). Mas realmente acho que a publicidade é uma forma de você entender se está dando certo na internet, se está indo pelo caminho certo. Uma marca querer se atrelar a você é tão difícil, sabe? Respeito muito isso e fico lisonjeada quando uma marca grande, que realmente está no meu dia a dia, quer fazer algo comigo. Isso é muito mágico mesmo.

Já está rica?
Tô rica nada! Ainda não, mas eu acho que eu vou ficar. Estou ganhando bem, não posso reclamar. Estou trabalhando muito. Quero servir bem para servir sempre.

Gabb usa casaco e camisa João Pimenta e cabeça Dani Ramos — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa casaco e camisa João Pimenta e cabeça Dani Ramos — Foto: Henrique Tarricone

Voltando ao trabalho, já teve gente que se ofendeu com algum comentário?
Já teve algumas pessoas, sim. Nunca é uma bonita, né? As bonitas nunca se ofendem, é sempre uma pessoa estranha. Mas, assim, eu não não fico chateado. Paro de falar da pessoa se vejo que ela não tem essa capacidade de não se levar a sério com a moda.

E já chegou ao ponto de alguém pedir pra você tirar o vídeo do ar ou até te processar?
Nunca. Eu acho que falta isso, sabe? Eu acho que isso seria bom para saber que estou no caminho certo, ter um processinho. Quando eu comecei a escrever (meus vídeos são todos roteirizados), tiveram comentários que eu fiz que pessoas interpretaram mal, então eu apagava o vídeo. Não é esse o foco [jogar hate], tomo bastante cuidado. Se sinto que a pessoa não tem esse humor, prefiro simplesmente não dar luz para ela.

Por outro lado, já se arrependeu de algum comentário ou algum vídeo?
Não, ainda não. Tudo o que eu falei eu assino embaixo.

O fato de você estar mais próximo das celebridades facilita ou dificulta o seu conteúdo?
Eu acho que dificulta, porque, querendo ou não, acabo medindo mais as palavras depois que conheço a pessoa. Mas também tenho aprendido muito com essas pessoas, essas celebridades, e não quero ofender ninguém. Não quero ser uma Joan Rivers nesse sentido.,

Falando nisso, você tem muito hate?
Teve um dia que eu tive muito hate, um dia só. Alguém no Twitter resolveu falar que eu era misógina e aí todo mundo começou a replicar e eu fiquei até assustada, mas depois parou. Acho que, dos problemas na internet, eu sou muito pequeno. Talvez quando o mundo não tiver problema nenhum, pode ser que caia sobre mim. Se não tem ninguém fazendo merda, pode surgir um 'olha a Gabb, a Gabb é misógina'. Acho que os militantes só tem essa carta na manga comigo, mas ainda não fui atingida a ponto de eu ter feito algo criminoso.

Gabb usa vestido WTNB e cabeças Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa vestido WTNB e cabeças Davi Ramos — Foto: Henrique Tarricone

O que aconteceu para você ter sido acusada de misoginia?
Normalmente não é algo que acontece, é sobre os comentários, sobre eu estar sempre falando de mulher. E é sempre uma bicha branca, alguém no TikTok, que me acusa de misoginia. Por isso, tenho cuidado para sempre botar um look de um boy, de uma não binárie. Mas, o look feminino dá mais pano para a manga, para comentar, não é uma questão de 'Ah, eu não gosto de mulher'.

E você respondeu? Como lida com isso?
Eu não respondo. Entendi que, com a internet, você dá luz. Comentar uma inverdade é jogar luz numa coisa que não é verdade, então aquilo terá mais proporção do que você quer. Se você não falar nada, simplesmente vai ser ignorado, porque no dia seguinte vai ter uma pessoa fazendo merda, lançando uma coleção, uma nepobaby fazendo alguma coisa... Então, dá para passar despercebida quietinha. Não vejo isso como uma forma de 'eles querem acabar comigo', vejo como uma oportunidade de eu aprender e tentar melhorar, também. Acho que todo mundo tem que melhorar em tudo, não seria eu o diferente.

Você tem muita referência, né? Como estimula isso em você mesmo?
Eu assisto muita coisa e sempre me interessei por assuntos diversos. Se você começar a falar comigo sobre a mecânica de um navio, ficarei curiosa e isso fica na minha cabeça. Conversando com a Luana Piovani, ela falou: "Gabb, eu passo agora nas vitrines e falo 'eu vejo isso, eu vejo aquilo' e isso é um exercício de teatro". Quando comecei a fazer análise de look, eu me eu me treinei para fazer essas ligações de sinapse que são o core do meu conteúdo. Mas, claro, eu assisto a muitos filmes, leio muitos livros, assisto entrevistas antigas... Eu sou formada em 20 anos de Vídeo Show, né? Sou uma criança de apartamento.

Falando um pouquinho mais sobre você, quando se entendeu uma pessoa não binária?
Isso é muito é muito legal falar, porque a não binariedade é uma palavra que surgiu tem pouco tempo. Eu sempre fui "gay demais" e não me sentia tão incluído no mundo gay. Quando surgiu essa coisa da não-binariedade e todo esse espectro, foi quando eu falei "é isso! Eu não sou gay demais, na verdade eu sou uma pessoa não binária!". Essa subversão dos gêneros, de você querer botar uma peruca ou querer usar algo feminino, uma maquiagem, que no mundo heteronormativo é visto como "gay demais", no mundo LGBTQIAPN+, hoje em dia, é visto como um espectro da não binariedade.

Por quais pronomes você prefere ser tratada?
Nenhum. Não quero que ninguém fale comigo (risos). Eu gosto de usar os dois, porque antes de eu conhecer a não-binariedade eu falava no masculino, então se você ver minha bio do Instagram diz 'sociólogo' -- porque até então eu era um menino gay demais --, e depois 'apresentadora' -- que é quando eu já me descubro feminina. Posso brincar com isso, então os dois para mim estão certos. Eu costumo falar que é o que você se sentir melhor.

A pergunta clássica: e o coração, como anda?
Ai menina, tô Carrie Bradshaw [Sex & The Cit ], 'single and fabulous'. Me identifico com ela porque ela é uma pessoa avulsa. Sinto que eu sou varejo, também, perco a paciência com os boys, sou muito egoísta. Só de pensar em ter que perguntar para alguém qual filme que ele quer ver, isso para mim já não existe. Então estou solteiríssima.

Mas, querendo continuar solteira, ou fazer a Carrie Bradshaw querendo um Mister Big?
Eu quero arrumar uma diversão. Acho que eu não sou de casar -- claro que a gente paga a língua falando assim, pode ser que eu encontre alguém, mas eu seria aquela pessoa que teria meu apartamento e não moraria junto. Sou uma pessoa que não busca nem um pouco a heteronormatividade na vida. Ter filho, casar...Não. Eu quero ter uma casa com um gato, papel de parede, sapatos e botas Marc Jacobs.

Apesar que hoje em dia o casamento não é mais aquele aquela coisa de 'dois vira um'... Acho que talvez esse seja o segredo de um bom relacionamento. Acho muito doido as pessoas quererem ter essa coisa antiga que é o casamento, mas, assim, super respeito quem quer, só não me bota nesse balaio, nem me cobre isso.

Quero ter uma casa com gato, papel de parede, sapatos e botas Marc Jacobs"
Gabb usa casaco João Pimenta, cabeça Davi Ramos, botas Marc Jacobs e anel Swarovski — Foto: Henrique Tarricone
Gabb usa casaco João Pimenta, cabeça Davi Ramos, botas Marc Jacobs e anel Swarovski — Foto: Henrique Tarricone

A fama melhorou ou piorou a vida amorosa?
Piorou muito. Nossa, piorou demais. Primeiro: as pessoas têm medo de mim, por essa personagem que eu tenho de estar sempre julgando os looks; as pessoas acham que sou essa metralhadora de referência o tempo todo. Não sou. Segundo: só tem interesseiro agora. Mas, nesse momento que estou fazendo muita coisa, estou achando ótimo. Eu sou muito oito ou 80, sou taurina, e se eu pego para fazer meu programa, eu só vou fazer meu programa, não vou conseguir fazer outro projeto. Eu sou Gisele Bündchen, se eu pego para limpar minha casa, você pode comer no chão. Boy é uma coisa que leva muito nosso tempo, leva muita energia e eu não estou preparada para diminuir minha energia nesse momento. Parece que eu estou subindo a montanha russa ainda, para começar a girar e a dar twist carpado. Nesse momento, só a Donatella, que é a minha gatinha.

Falando nisso, quais são os seus os seus planos e projetos para agora a curto, médio e longo prazo?
Acabei de gravar a primeira temporada do Ambulatório da Moda, nosso último episódio será com a Juliette e quero voltar em setembro com a segunda temporada. Agora viajo para fazer o Cannes Lions e, em julho, Olimpíadas de Paris com o TikTok -- sou uma das embaixadoras mundiais da plataforma. É isso! Mas, assim, minha vontade é que o Ambulatório da Moda tenha muitas e muitas temporadas, eu acho que é um assunto inesgotável, a gente pode ir para muitos lugares e tem muito a acrescentar à moda.

O que fará com o TikTok nas Olimpíadas?
Representarei eles junto com a Cazé TV, que estará cobrindo o campeonato. Serei parte do squad. Farei um vídeo diferente todo dia, me infiltrando nas festas, conhecendo gente. Tô muito animada com essa -- não sei se posso dizer carreira internacional, mas é algo novo e eu gosto de coisas novas.

O que as pessoas ainda precisam saber da Gabb?
Que a Gabb é uma pessoa humana. As pessoas não me desumanizaram, mas elas têm uma imagem minha de que eu sou muito difícil no sentido de que eu vou reparar se você tiver com uma roupa horrorosa. Claro que não, eu vou dar risada. Acho que o tom desse humor que encontrei é justamente um convite a não se levar a sério, porque acho que a moda não tem que ser levada a sério. E eu sou palhaça, sou divertida, sou das referências, nunca serei uma pessoa que quer constranger, eu quero rir junto. É isso que sinto que, às vezes, as pessoas não compreendem.

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